Até a manhã de hoje, o nome do soviético Sergei Solovyov me era francamente desconhecido. Às 18h do mesmo dia, associava este nome à direção do magnífico “Cem Dias Após a Infância” (1975), cujo roteiro me conquistou plenamente por seu bucolismo romântico, por seu sobejo de carinho e de (in)compreensão juvenil, por seus gritos de afeto soçobrados provisoriamente pela incorrespondência afetiva imediata. Numa das cenas mais bonitas desta obra de arte subestimada, um rapazinho descobre o significado da palavra misantropo após reiterar as suas percepções sígnicas acerca de miasma e enxaqueca (que, em russo, também se escreve com a letra M). Quando acompanhei a auto-aceitação deste rapaz acerca de sua própria misantropia comunitária, diametralmente oposta à sua vontade de amar irrestritamente uma rapariga do mesmo acampamento de férias que ele, como se estivesse a aprender uma lição mui pessoal de vida, gritei comigo mesmo: estou apaixonado! Se já estava e era antes, puxa, como me sinto ainda mais impregnado de amor verdadeiro depois deste filme lindo, lindo, lindo, lindo, lindo, lindo, lindo... Belíssima descoberta. Recomendo de pé!
Wesley PC>
DOIS É DEMAIS EM ORLANDO (2024, de Rodrigo Van Der Put)
Há uma semana
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