quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

“É COMO SE HOUVESSE PALHAÇOS EM MEU CÉREBRO, DEFECANDO ENTRE AS SINAPSES”...

Por volta do meio-dia, eu conversava com uma amiga de trabalho, formada em Direito, e lhe dizia que eventualmente tomo partido de alguns criminosos hediondos quando sinto que os mesmos agiram por causa de impulsos incontroláveis, ao invés de submeterem-se a premeditações criminais. Era a minha forma de confessar que intuo que serei preso um dia e que, neste evento, serei incompreendido pelas pessoas que acompanharão o escabroso caso através dos veículos de comunicação de massa tradicionais. Enquanto eu conversava com ela, um rapaz bonito nos assistia e, subitamente, ela resolveu dizer o que pensava sobre ele: “se nós estivéssemos num colégio de segundo grau, eu teria medo de ti: tu és demasiado bonito. Bonito e muito inteligente!”. Era mais ou menos o que eu também queria dizer a ele, mas o contexto talvez não permitisse tal rompante de ousadia e sinceridade. Assenti com a cabeça, apenas. O rapaz sorriu.

Qual não foi a minha surpresa ao, nesta noite trivial de quinta-feira, deparar-me com um gracioso filme alemão de nome “Vincent Quer Ver o Mar” (2010, de Ralf Huettner), cujo protagonista padece justamente de Síndrome de Tourette, um distúrbio psicológico que faz com que seus portadores sejam incapazes de controlar alguns tiques e pensamentos difamatórios acerca de outrem. O personagem em pauta é interpretado pelo belo Florian David Fitz, também roteirista do filme, que vive um personagem nove anos mais jovem que ele na vida real, apaixonado por uma anoréxica e causador de paixão num exagerado portador de Transtorno Obsessivo-Compulsivo. Era como se a situação vivida mais cedo em meu setor se trabalho reaparecesse na tela, dotada de novos contornos patológicos. Deve ser culpa dos acasos forçados que estão relacionados com a paixão platônica. Mas o filme é bacana mesmo assim: eu e minha mãe ficamos contentes em vê-lo!

Wesley PC>

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