domingo, 25 de dezembro de 2011

POIS TAMBÉM CABE A VIDA NUM FILME AZERBAIJANÊS...

“A 40ª Porta” (2008, de Elchin Musaoglu) não é um grande filme: é curtinho (dura apenas 82 minutos) e simplista em muitos aspectos, mas ficará cravado em minha mente como o primeiro longa-metragem azerbaijanês que vi. Na trama, um adolescente órfão recusa-se a permitir que sua mãe trabalhe como faxineira, sob pena de, assim, ela sujar a honra de seu pai. Ele torna-se, contra a vontade dela, lavador de carros e se envolve com um gângster local, mas, como bem notou minha mãe, o modo como ele se relaciona com sua progenitora é despótico. Ela, por sua vez, é excessivamente tolerante e submissa, mas não cabia a nós julgar a personagem sem analisar os dados culturais que a cercavam. Numa cena bonita, ela assopra a sopa de seu filho e deposita-a em sua boca, em largas colheradas. Numa cena mais bonita ainda, uma luz que vive piscando na escuridão de repente se torna uma luz piscando em meio à claridade. Mas, com exceção destas duas cenas bonitas, o filme como um todo é marcado pela mediania dramática, pela ausência do exotismo que eu buscava, posto que Baku, capital do Azerbaijão, é, também, uma cidade globalizada hoje em dia. Fica o aviso, entretanto. A boa intenção realista.

Wesley PC>

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