sábado, 25 de junho de 2011

“SEGURA NO FALO DA NUVEM, TIA!” (KKKKKKKKKKKKK)


Sabe um dia divertido?
Sabe um dia em que pessoas que se amam provam que se amam?
Sabe um dia em que até o Sol e as nuvens ficam eróticos?
Sabe um dia em que a gente dá e recebe amor em troca?
Sabe um dia com água?
Sabe um daí com laranjas e bananas?
Sabe um dia com biscoitos, salgadinhos e areia no saquinho?
Sabe um dia com fotos ímpares?
Sabe um dia para sentir saudades?
Sabe um dia em que se vive?


Hoje foi apenas um deles: que venham mais!
Amo-te, tia Debora (não só eu, aliás)!

Wesley PC>

sexta-feira, 24 de junho de 2011

ALÉM DAQUI, MUITO AINDA SERÁ DITO!

Acabo de ver o último episódio da segunda temporada de “True Blood”. Mais do que qualquer outro seriado estadunidense, este é realmente digno de ser considerado uma novela. Por mais de um motivo, aliás: não somente há uma pletora de personagens com dramas minuciosamente desenvolvidos como cada episódio em particular é assaz dependente da visão do episódio anterior. Em outras palavras: este seriado vicia não somente porque é muito bom, mas também porque é construído com um rigor mui cauteloso, cujos detalhes tramáticos e diversos clímaxes são apresentados a conta-gotas, como se fossem verdadeiras colheradas de um manjar audiovisual...

Não foi nenhuma surpresa perceber, portanto, que este último episódio não seria conclusivo. Mesmo que eu não soubesse que há uma terceira temporada inteira já pronta e uma quarta prestes a estrear, tinha certeza de que o episódio derradeiro se encerraria com uma ação misteriosa em aberto, com um golpe inconcluso de inteligência suspensiva. Dito e feito: o vampiro Bill (Stephen Moyer) é seqüestrado quando propunha casamento à garçonete telepata Sookie (Anna Paquin). Quem o seqüestrou? Por quê? Motivos e suspeitas não faltam e estes serão o motriz espectatorial da terceira temporada, à qual pretendo começar a assistir na segunda-feira. Eu e minha mãe, aliás, visto que ela ficou interessada neste seriado telenovelesco tanto ou mais do que eu!

Apesar de ter considerado esta segunda temporada melhor que a primeira, achei os dois últimos episódios da mesma inferiores, em razão, sobretudo, de uma inevitável caricaturização da demoníaca Maryann (Michelle Forbes), afinal, morta num contexto deveras verossímil, conforme visto na impactante cena metonimizada em fotografia. Que venha a terceira temporada! Personagens encantadores como o homossexual Lafayette (Nelsan Ellis, o preferido de minha mãe), o ninfomaníaco abobalhado Jason Stackhouse (Ryan Kwanten, preferido, com razão, da maioria dos apreciadores de carne masculina) e o encantador casal de virgens Hoyt e Jessica, a vampira (Jim Parrack e Deborah Ann Woll, respectivamente) justificam muito bem a minha ansiedade durante o rigoroso acompanhamento das tramas!

Wesley PC>

QUEM ME CONHECE, SABE: CHAUVINISMO E/OU MACHISMO NUNCA!

Acabo de ligar para uma amiga, a fim de convidá-la para ir comigo à praia amanhã, e quem atendeu foi um arremedo de namorado. Perguntei por ela e ele disse-me que a mesma estava lavando a casa, enquanto ele estava deitado no quintal. Perguntei se era para isso que ele a queria e ele mal-interpretou as minhas palavras, como se eu estivesse incitando-o a uma ridícula divisão sub-trabalhista de papéis sexuais. Fiquei envergonhado por ele e um tantinho triste por ela, mas cada um sabe o que é melhor para si. Se não sabe, saberá algum dia...

Desliguei o telefone e assisti a um filme hollywoodiano típico com minha mãe: “Salomé” (1953, de William Dieterle), com uma Rita Hayworth pouco vistosa no papel-título. Apesar de não ter gostado do filme e de ter me escandalizado deveras com a radical distorção do roteiro em relação ao que se costuma dizer desta personagem bíblica (“aquela que pediu a cabeça de João Batista como presente de aniversário”), algo no filme me chamou positivamente a atenção: o uso da hermenêutica política, das manipulações discursivas em prol da defesa de alguém. Aqui, Salomé é boa, descobre o sumo bem numa visita ao calabouço onde João Batista estava aprisionado. Aqui ela se arrepende, sob a alegação de sempre vivera sob falsos valores e, como tal, oferece-se ao malévolo Herodes apenas para possibilitar a fuga do pregador, que, por sua vez, é assassinado graças a uma ordem da mãe de Salomé, que faz uso do régio poder de sedução da filha para conseguir seu intento mortífero. Não foi isso o que eu aprendi nos livros, mas, do modo convincente como é despejado no filme, vale a pena uma pesquisa revisionista (risos).

Irritado que fiquei com a má interpretação do meu amigo, liguei novamente para ele, que piorou a situação, tachando-me de moralista e de conservador. “Quando foi que eu disse o contrário?!”, arrematei aos gritos, mas acrescentei numa mensagem posterior: “entretanto, CHAUVINISTA nunca!”.

Wesley PC>

A MULHER, A CRUZ E A INTERSECÇÃO FÍLMICA APELIDADA DE “JUSTIFICATIVA DA CARÊNCIA”:


Eu tenho uma amiga que amo, chamada Ninalcira. Numa das demonstrações práticas deste amor, eu e ela vimos juntos “Volúpia de Mulher” (1984), dirigido pelo roteirista-mor da pornochanchada brasileira Ody Fraga. Por esse motivo, não pude esquivar-me de pensar muito nela quando vi “Erótica, a Fêmea Sensual” (também de 1984) na madrugada de ontem: a diva Matilde Mastrangi está lá, o fortão Germano Vezzani também. Ele interpreta Romeu, um gigolô. Ela é Flora, uma vipuva que ficou com uma enorme cicatriz em forma de bolacha-do-mar no rosto, depois do acidente que matou seu marido. Ele quer o dinheiro dela. Ela quer o amor de quem quer que seja. Eu me identifiquei com ela, de maneira que suspeito que também pagaria àquele gigolô musculoso para fingir que me ama – e para me foder, é claro. A solidão e a carência justificariam tais pagamentos permissivos? Não é necessário confessar que eu preferia que os sentimentos fluíssem gratuitamente, que eu encontrasse o afeto de forma mais digna e menos pornográfica, mas o mundo assolado pelo Capitalismo que nos cerca não quer assim. Eu quero! Por isso, tenho certeza de que ouviria as mesmas canções prenhes de culpa e me imaginaria crucificado da mesma forma que a protagonista: desculpa, desculpa, desculpa”...

Wesley PC>

quinta-feira, 23 de junho de 2011

MAIS GENIAL QUE ÓTIMO, MAS ÓTIMO ASSIM MESMO!

Até semana passada, eu não me lembro de ter ouvido falar algo relevante sobre a norte-americana Carolee Schneemann. Hoje, eu vi “Fuses” (1967), quiçá seu filme mais conhecido. E, num julgamento comparativo imediato, esta ótima obra de arte cinematográfica é a melhor demonstração do que aconteceria se, algum dia, Stan Brakhage tivesse se casado com Maya Deren : é incrível o quanto o filme pulsa, o quanto ele cumpre a própria proposta múltipla contida em seu título, ao mesmo tempo em que eleva a um novo estágio as apologias ao “olhar do recém-nascido” que Stan Brakhage defendia em seus inúmeros manifestos vanguardísticos.

Oficialmente, “Fuses” é muito simples: em 22 minutos de projeção, ela e seu amante James Tenney fundem-se em corpo e película diante de um gato e das ondas do mar. É como se o pênis do homem fosse um organismo vivo e isolado, ao passo que a película fosse um terreno de infinitas amalgamações, externando e extremando o que é o sexo, a comunhão entre corpos e almas que se amam. Enquanto isso, o gato mia e as ondas se revoltam. E diretora, atores e espectadores gozam. É difícil, é um tanto datado (no sentido historicamente positivo do termo), cansa, mas nos faz gozar: quero ver de novo e, da próxima vez, muito bem-acompanhado!

Wesley PC>

DAQUI A POUCO, NA TV...

...E o povo comemora algum gol num jogo de futebol. Quase meia-noite e meus cachorros são obrigados a se esconder, com medo dos estouros dos fogos de artifício. No Facebook, alguém escreve em letras maiúsculas: “Neymar, você é LINDO!”. Alguém retruca, dizendo que é exagero, que um tal de Ganso é mais bonito que ele. Como eu não acompanho futebol, não tenho muito poder de argumentação neste julgamento, mas, tirando pela foto acostada, ah, ambos são muito bonitos, sim. Deve ser a fama: a TV embeleza!

Por falar em TV e em beleza, daqui a pouco, terei a oportunidade de contemplar a vagina despida da diva erótica (hoje convertida a uma doutrina evangélica) Matilde Mastrangi, a mulher que mais teve a sorte de foder com o David Cardoso: “Erótica, a Fêmea Sensual” (1984), do roteirista-mor das pornochanchadas, Ody Fraga, será exibido no Canal Brasil. Já estou ansioso: café no copo muito em breve!

E pensar que, minutos atrás, eu estava com a mão enfiada na virilha de alguém. Sentia os pêlos raspados que circunvizinham o falo desfilar por entre meus dedos, excitarem-me ao limiar ejaculatório. Foi gostoso! O cheiro do perfume derramado naquela zona genital ainda está concentrado em minha mão direita, um cheiro bom, um cheiro de sexo e inocência, ao mesmo tempo, um cheiro de desejo e transitividade: porque amanhã eu volto, amanhã eu vou voltar...

E, na rua, as pessoas comemoram a vitória de um dado time no jogo de futebol que fora exibido num canal aberto televisivo. De minha parte, descubro que o inventivo diretor sino-brasileiro John Doo consta do elenco do filme do Ody Fraga. Será que ele é bonito? (risos) Neymar e o tal de Ganso são – ou, se não forem, ao menos nesta foto estão dignos de meus suspiros!

Wesley PC>

quarta-feira, 22 de junho de 2011

PODER TUDO NÃO

Madrugada ao som de Tim Maia. Amor e diversão na casa de Ninalcira. Advertência: “meu namorado disse que era um reacionário!”. Emoção: se eu fosse um homem dotado de poder de síntese, isto bastaria para resumir o que me causou a cerimônia comemorativa do aniversário de minha amiga Ninalcira. Mas não sou. Talvez nem ela. E, ontem, mais do que tudo, ela pôde. Ela pôde, quis e teve. Ela merece!

Antes de ir para a casa dela, assisti a um filme otimista do Woody Allen: se eu fosse dotado do poder de síntese mencionado no parágrafo anterior, poderia começar assim esse texto. Ou então terminá-lo desta forma, mas, neste caso, síntese incorreria num grave equívoco. Tachar “Meia-Noite em Paris” de ‘otimista’ faz sentido? Numa das mais belas cenas do filme, omitida em minha crítica (que pode ser lida aqui, diga-se por acaso), Adrien Brody revive o pintor surrealista Salvador Dalí e afirma, num dado momento: “quando fazem amor, os rinocerontes montam sobre as suas fêmeas!”. Um filme morno, mas que ascende tão bem que termina genial!

Na saída do cinema, estava ansioso para subir em um ônibus. Da porta do veículo, pude perceber que uma mulher fora roubada. O rapaz que puxou a sua bolsa fora atropelado na fuga. Ela recuperou a bolsa. Ele foi abandonado. No ônibus, alguém comentou: “Deus que me perdoe, mas tomara que ele morra: uma pessoa dessas não merece viver!”. Eu engoli em seco: amo a minha amiga. Ela pode! Pôde! Poderá! Pode(re)mos...

Wesley PC>

EI, EI, É CONTIGO MESMO QUE ESTOU A FALAR: DEU PARA ENTENDER A PIADINHA?


Pois é, quarta-feira pela manhã, dia chuvoso e bonito, eu sorridente, aí vem um amigo querido e diz que, quando eu não estou apaixonado, meu humor fica bem melhor. Ah, se ele soubesse...

Sem tempo hoje. Depois eu volto para dar mais detalhes!

Wesley PC>

terça-feira, 21 de junho de 2011

O MARIDO DA AGNÈS VARDA: UM HOMEM QUE SABE O QUE É O AMOR...

Através de uma agradabilíssima conjunção de acasos, vi “Lola, a Flor Proibida” (1961), primeiro filme do Jacques Demy, na manhã de hoje. Jacques Demy era o marido da Agnès Varda e, por mais que a amasse, ele não deixava de amar também outras mulheres. Ele sabia o que era o amor. Ela também. Por isso, depois de morte de seu marido – ou, quem sabe, bem antes, como se percebe no genial “As Duas Faces da Felicidade” (1965) – Agnès Varda dedicou-lhe belíssimos libelos românticos. Mas não é dela que falo agora. É dele. E ele sabia o que era o amor...

Apesar de haver um nome de mulher no título, o filme é sobre vários encontros e desencontros fortuitos. Num deles, um homem entediado reencontra na rua a amor que amou, desde a infância, 15 anos antes. Ela está com um filho loiro a tiracolo. Ele a pergunta: “tu és casada?”. Ela responde: “quase”. Ela é dançarina num cabaré, uma espécie de cortesã apaixonada, que se entrega caridosamente a um gentil marinheiro norte-americano porque este se parece com o primeiro (e único) homem que ela amou...

Numa das mais belas seqüências do filme, o belo marinheiro loiro vivido por Alan Scott pede para passar a noite na casa da protagonista. Ela consente. Ele adormece, de cansado e bebedeira. Ela sai e encontra alguém apaixonado por ela, que se vê enciumado por causa do marinheiro. Ele vai embora. Ela chora. E, quando volta para casa, ela encontra o marinheiro, que também se despede. Feliz que ele se sente por dentro, ele escorrega pelos corrimões das escadas públicas, até se deparar com uma menininha que completa 14 anos naquele dia. Eles se divertem juntos num parque de diversões, mas ele tem que partir, ela partirá também...

Como é praxe nos filmes de Jacques Demy, um final feliz não implica em previsibilidade, nem sequer em previsão. Jacques Demy sabe que, em assuntos de amor, temos também que nos consolar, que aceitar concessões. E, se alguém pode comemorar a felicidade perene ao lado que quem sempre amou, outros partem, outros vão embora sozinhos... Jacques Demy sabe o que é o amor!

Enquanto via o filme, pensei que quase todas as pessoas que eu aleguei amar (no plano proto-marital) hoje estão felizes ao lado de outrem. Há talvez uma púnica exceção, mas, ainda assim, é um caso contingente. As pessoas que amo são felizes ao lado de quem amam e cabe a mim ficar feliz por isso também: e Jacques Demy entendia o que eu sinto agora. Por isso, é como se ele tivesse feito este filme para mim. Para mim e para o Max Ophüls que ele cita no crédito de abertura, acompanhado de um provérbio chinês deveras pertinente: “chore, se tu achas que deves; ria, se puderes”!

Wesley PC>

segunda-feira, 20 de junho de 2011

ALGO MAIS FORTE QUE EU, A IMPOTÊNCIA...

Desde que vi “Incêndios” (2010, de Denis Villeneuve), na tarde de ontem, este filme não me sai da cabeça: ele me incomoda, tanto por dentro, quanto por fora, ele me faz sentir impotência... Incomoda-me por fora porque, infelizmente, do meio para o final, o esquematismo preciosista do roteiro destoa da sinceridade militante e defensiva do enredo. Incomoda-me por dentro porque dói, porque fala sobre interpretações equivocadas da noção de religião, porque soma trauma com dor e entrega-nos a culpa. Incomoda-me a tal ponto que, no afã por escrever algo que explicasse este incômodo, expurguei uma das críticas mais entreguistas e opinativamente limitadas que escrevi: por mais sincero que o texto esteja e se pretenda, eu mesmo não seria convencido por mim no que tange à argumentação justificativa acerca da detecção das principais imperfeições propositais do filme! Talvez seja culpa de minha devoção actancial pela Lubna Azabal, talvez seja reflexo de minha eventual impotência política que fora tão bem refletida no filme, talvez seja a desnecessidade de acrescentar o que quer que seja à beleza trágica e imperiosa do principal fotograma de divulgação do filme, justamente este que ostenta esta postagem... Talvez! Como eu defendo a tentativa a qualquer custo, até que sinto um orgulho plácido por meu texto avaliativo, mas não serei lembrado num futuro imaginário por esta crítica: o filme em si cumpre muito bem este papel por mim. “Incêndios” fere tanto que eu senti a amargura da protagonista como se fosse minha!

Wesley PC>

“NÃO DIGA PRAZER, DIGA SATISFAÇÃO”...

Assim proclamou uma trans-sexual que conheci na tarde de hoje, à frente de um grupo de discussão contra a homofobia, brincando com a polissemia cara a alguns termos. Por ironia bem-vinda, uma discussão invertida acerca dos problemas polissêmicos entrou em voga na discussão, quando eu defendi a minha necessidade pessoal de servir-se do termo HOMOSSEXUALISMO como designativo de militância discursiva revoltosa. Não sei se fui bem-entendido, mas, para além de alguns temores em relação à vindoura institucionalização do grupo pró-diversidade sexual que acabara de conhecer, gostei da coesão heterogênea do mesmo: há muitas e muitas possibilidades de que vingue...

Terminada a reunião, interagi com amigos, brinquei e sorri. Tencionava comprar um jornal nacional de grande relevância analítica, mas as todas as edições já haviam se esgotado nas bancas que pesquisei. Cheguei em casa com fome e liguei a TV. Deparei-me com um péssimo videoclipe, de um tal de Bruno Mars. Tratava-se de “The Lazy Song”, canção sobre um mauricinho preguiçoso, que não gosta de ter trabalho e demonstra para a câmera como planeja transar com uma garota. Alguns dançarinos fantasiados de macacos auxiliam o péssimo cantor na demonstração de seu erotismo. Odiei a canção e o que ela representa, mas não serei hipócrita de dizer que, formalmente, houve algo no videoclipe que me seduziu: quando eu desliguei a TV, estava excitado, com uma ereção, precisando “desabafar”. Quem diria? Parafraseando novamente a trans-sexual que conheci mais cedo, é por isso que dizem que não se pode pensar com a cabeça de cima e a de baixo ao mesmo tempo (risos). Estou quase envergonhado, mas... Com instintos sexuais não se brinca!

Wesley PC>

domingo, 19 de junho de 2011

PASSA PERFUME NO “ZIDANE”!

...E, pensar que, conforme relatado aqui, após um dia muito divertido, adormeci diante de alguns gênios revitalizando óperas clássicas, mas despertei segundo obrigado a tacar perfume na cara, a fim de não ser impregnado pela fumaça tóxica do ‘crack’. A vida dá voltas – e, cabe a nós, estar preparado para enfrentá-las, que nem as pivetinhas nuas no segmento godardiano do filme coletivo “Ária” (1987), que planejam esfaquear homens musculosos, apenas porque não lidam adequadamente com seus desejos sexuais desviantes. A música-tema é “Armide”, de Jean-Baptiste Lully, uma das que menos gostei no filme, mas o tratamento quase supra-realista que o diretor Jean-Luc Godard dá aos extratos operísticos selecionados fascina pela dificuldade de uma interpretação unívoca: hoje em dia, mais do que em 1987, são tantos os homens forçosamente musculosos que desfilam diante de nós. Eu particularmente não gosto muito, mas fico sem o que escolher diante da esqualidez devastadora do ‘crack’. Havia um galeguinho interiorano na festa: por que não ele?!

Wesley PC>

SOBRE A (IN)DEFINIÇÃO DE UMA PIADA INTERNA:

Diz a Wikipédia: “A curva de Koch é uma curva geométrica e um dos primeiros fractais a serem descritos. Aparece pela primeira vez num artigo de 1906, de autoria do matemático sueco Helge von Koch. O conhecido Floco de neve de Koch corresponde à mesma curva, sendo que inicia a sua construção a partir de um triângulo eqüilátero (em vez de um segmento de reta). Eric Haines desenvolveu o mesmo conceito, em três dimensões, o que resultou num fractal com volume de um floco de neve”.

E, antes, durante e depois de ler isso, eu ouço a finlandesa Tarja Turunen cantar “Poison”, faixa 11 do disco “My Winter Storm” (2007): “Your poison running through my veins/Your poison.../ I don't wanna break these chains/ Poison... Sou suscetível demais, valha-me Deus!

Wesley PC>