sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

DE COMO PARECE QUE EU SEI PROTELAR AS MINHAS EMOÇÕES...


Para Décio (onde quer que haja um).

Há poucas horas, fui alvo de grande emoção ao abrir a minha caixa de ‘e-mails’: deparei-me com uma maravilhosa montagem imagética, que combinava uma fotografia minha a um desenho magistral do pintor recifense Vicente do Rego Monteiro. Fiquei tão lisonjeado com esta homenagem que me senti imediatamente compelido a redigir um texto de agradecimento. Por outro lado, eu sentia fome e argüia comigo mesmo que talvez fosse conveniente esperar um momento mais adequado para devolver o favor. Aí eu liguei a TV e me deparei com um filme canadense incensado. Apesar de um tanto sonolento, assisti a “Não Sou Eu, Eu Juro!” (2008, de Philippe Falardeau) e não gostei tanto quanto a maioria das pessoas... É normal, acho!

Logo no início do filme, um garotinho de 10 anos acidentalmente tenta se enforcar. Perdi esta cena, mas logo me deparei com situações inusitadas de deslocamento familiar, em que sua mãe o ensina um lição fundamental: “é ruim ter de mentir, mas pior é mentir mal!”. Numa cena posterior, o menino pede que uma amiguinha fique sem calcinha, a fim de que ela possa empinar sua pipa. Pena que ele era insuportável, senão eu me identificaria com ele. Mas ele não quis isso, nem o filme, não sei se por (falta de) talento do diretor – que brincava com um distanciamento aproximado, do começo ao fim, graças á direção de fotografia sumamente estilizada de sua obra – ou por preguiça emotiva de minha parte, que hesitava em me emocionar com uma estória que fazia apologia à amoralidade infantil enquanto recurso de sobrevivência a um divórcio complicado. É um filme triste e engraçado. Só não funcionou comigo!

Após lamentar-se diversas vezes, perguntando a si mesmo o que fez, por que insistiu em errar, o protagonista do filme, Leon (corajosamente interpretado pelo pequeno Antoine L’Écuyer), tenta, afinal, suicidar-se novamente, pondo sua cabeça na trajetória de uma bola de boliche. Imagina-se conversando com sua mãe, na Grécia, comentando com ela sobre a beleza de um céu azul. E, nesse instante, diante do logotipo do canal Futura, eu me imaginava perguntando a mesma coisa a um rapazola de Paripiranga, cidade do interior baiano, enquanto imagina como faria para agradecer sutilmente a um correspondente virtual de nome Décio pela belíssima homenagem, a qual será postada neste ‘blog’ (e em muitos outros lugares) muito em breve. Na falta de palavra melhor, de demonstração mais fecunda de que, apesar de protelada, emoção é, ainda, emoção, eu repito o que sinto gritando OBRIGADO!

Wesley PC>

Nenhum comentário: