segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

EXTRAVAGÂNCIA, PARA MIM, É ALGO QUE RIMA COM OUSADIA!

Em mais de um momento, na noite de ontem, fui abordado por pessoas que elogiavam “Fôlego” (2011), disco contemporâneo do gaúcho Filipe Catto. Ouvi a sua versão para “Garçom”, do Reginaldo Rossi, e não achei lá tão emocionante quanto diziam, causando-me muito mais espanto a minha descrença inicial de que aquela voz tão aguda fosse, de fato, masculina, do que a qualidade inovadora da regravação, que pouco se destaca em meio a esta modinha ‘pimba’ de redignificar canções bregas aclamadas pelo público não-pimba. Seja como for, ao chegar em casa, senti vontade de ouvir o disco inteiro. Concedi-me duas audições de ontem para hoje e, assim de supetão, adianto que o que mais me incomodou negativamente no disco foi a falta de ousadia do artista.

Apesar da boa escolha do repertório (“2 Perdidos”, de Arnaldo Antunes, ficou pitoresca em sua voz efeminada e entristecida), o disco como um todo é apenas mediano. A faixa de abertura (“Adoração”) é primorosa, a segunda canção (“Gardênia Branca”) é bonita e muito bem executada, a terceira (“Johnnie, Jack & Jameson”) é chata e destoante e as demais (“Juro por Deus”, “Saga” e “Nescafé” em destaque) chamam a atenção aqui e ali por seus joguetes românticos e/ou sexuais e por suas ameaças ou promessas maritais. Mas no geral, insisto, achei o disco apenas mais ou menos. Bem mais ou menos mesmo. Faltou ousadia, muita ousadia, mas, ainda assim, no caminho de volta para casa, mais tarde, ouvirei este disco pela terceira vez. Quem sabe, dentro em pouco, eu não me perceba fisgado por ele?

Wesley PC>

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