domingo, 22 de janeiro de 2012

A MINHA RECOMPENSA...

“Ingressamos globalmente, e, de pronto, sem retorno, na era da plutocracia. Há fila para ajoelhar-se ante o dinheiro. O desinteresse, a solidariedade social e a mística do serviço público são enviados para o arquivo morto dos valores obsoletos. A guarda pretoriana do pós-modernismo rotula de jurássicos aqueles que ousam invocar verdade e razão, justiça ou valores.”

O excerto textual acima pertence ao professor venezuelano Antonio Pasquali , enquanto a imagem e a indagação reticente do título fazem menção ao surpreendente filme “Rollerball, os Gladiadores do Futuro” (1975, de Norman Jewison), visto por mero acaso nesta tarde de sábado. Liguei a TV e o filme estava começando, sentei para vê-lo e, de repente, me percebi favoritando-o: fiquei refém da complexa trama sobre individualidade, que, como não poderia ser diferente da praxe, é requisitada a partir de um amor interrompido.

No filme, o protagonista Jonathan E. (James Caan) é o principal jogador do violento esporte futurista Rollerball. Ele já venceu diversos jogos e uma dominante corporação obriga-o a se aposentar, visto que a exposição egrégia de uma figura individual é prejudicial ao sistema de desmemoriamento antibélico apregoado pelos representantes da classe aquisitivamente mais alta do enredo. Num dado momento, sua ex-mulher, impedida de amá-lo e de ser amada, reaparece, com o intuito de convencê-lo a abandonar o esporte que o torna famoso. E, naquele instante, ao som do magnífico “Adágio”, de Tomaso Albinoni, eu amei o filme. Amo-o ainda: sou fã do Norman Jewison agora!

Wesley PC>

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