Esta foi uma das frases mais utilizadas na cerimônia de entrega do Globo de Ouro 2012, tanto que periga até se tornar jargão entre os ‘pimbas’: sempre que algum premiado pelo filme francês “O Artista” (2011, de Michel Hazanavicius) subia no púlpito para discursar, esta era a explicação para justificar o sotaque carregado ou a pouca familiaridade com a língua inglesa. O golpe de mestre em relação a este jargão foi dado por Madonna, que recebeu o prêmio de melhor canção logo após a premiação do compositor Ludovic Bource, e, após ter gaguejado três vezes, soltou: “não falo francês. Nem tenho esta desculpa!”. Não pude deixar de aplaudi-la de pé diante disso!
Até este episódio, a cerimônia estava morna, o que talvez fosse culpa da safra mediana de filmes hollywoodianos do ano passado. Porém, à medida que os prêmios democráticos (mas não necessariamente justos) foram concedidos, fui percebendo que algumas gemas ainda precisam ser descobertas por nós, cinéfilos: o elogiadíssimo “O Artista”, por exemplo, entrou na minha lista de prioridades, mesmo seu ‘trailer’ tendo desagradado tanto meu melhor amigo (rabugento)Jadson; “Os Descendentes” (2011, de Alexander Payne) já estava na minha lista faz tempo; “A Invenção de Hugo Cabret” (2011, de Martin Scorsese), surpreendentemente premiado por Melhor Direção pareceu-me, através de suas exuberantes imagens, bem melhor e mais coerente do que eu imaginava em comparação com a obra anterior de seu ótimo realizador; “W. E. – O Romance do Século” (2011, de Madonna) parece ter lá suas virtudes; “Missão Madrinha de Casamento” (2011, de Paul Feig) não me chamou a atenção até que eu soubesse que era produzido pelo Judd Apatow; “50 %” (2011, de Jonathan Levine), protagonizado por um punhado de atores que acho simpaticíssimos foi alavancado em meus interesses; e por aí vai... Falar demais seria entreguismo!
Por ora, o candidato mais relevante que eu havia visto era o clicheroso “Histórias Cruzadas” (2011, de Tate Taylor), hipertrofiado por alguns críticos, apesar do talento legítimo de pelo menos metade do elenco feminino. De resto, é aguardar que as produções realmente dignas de atenção neste nucléolo hollywoodiano saiam da toca e revelem que, por detrás da vergonhosa crise criativa que se abala sobre os artistas norte-americanos, ainda há o que ser respeitado ou valorizado. E dá-lhe Madonna!
Wesley PC>
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