terça-feira, 17 de janeiro de 2012

“TUDO O QUE ELE POSSUÍA – ATÉ MESMO AS SUAS HUMILHAÇÕES – PERTENCIA AO SEU DONO”...

Sou muito mais psicótico que supersticioso. Ainda assim, dentro das minhas parcas metas definidas para este ano que se inicia, não havia programado rever “Segredos da Vida” (1994, de Bill Forsyth) nesta manhã de folga de terça-feira. Tendo-o feito, entretanto, agradeço à contingência que me conduziu novamente a tal filme: identificar-me com o título original (“Human Being”) era algo que eu definitivamente precisava!

Protagonizado por um talentosíssimo, onipresente e contido Robin Williams, este filme é composto por cinco episódios, todos protagonizados por alguém chamado Hector: no primeiro dos episódios, ele é um pai de família rupestre que, de repente, vê sua família ser levada por navegadores galeses; no último, ele é um corretor imobiliário um tanto desonesto que tenta refazer as pazes com seus filhos, os quais não via há muito tempo. Entre uma e outra estória, Hector fora também um escravo romano que tenta fugir da obrigação de suicidar-se ao lado de seu tolo amo, um sacristão apaixonado por uma viúva italiana com a qual hesita em viver, e um nobre português que naufraga numa praia e tanta consolar uma ex-amante, agora casada com um de seus melhores amigos. E, em meio a todas estas sagas corriqueiras, a trilha sonora de Michael Gibbs e a impressão fugidia de que, em algum lugar, há alguém que espera por nós. Ao final, a certeza: “este pode ser o melhor momento de tua vida. Desfrute-o!”

Era o filme que eu precisava ver hoje. Não o que eu esperava ou o que eu tinha programado, mas o que eu precisava. Sinto-me contente após a sessão, justamente por ter posto à tona um tantinho da amargura que me assola agora, manifesta na minha recusa de raspar a minha barba até resolver um problema acadêmico pendente. Sou mais psicótico que supersticioso, insisto. Mas, acima de tudo, sou um ser humano!

Wesley PC>

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