segunda-feira, 5 de março de 2012

EM DEFESA DO SENSO COMUM: NÃO FALTAM SEQUER AS FLECHAS...


Para Lícia e Décio, onde quer que eles estejam.

Depois que descansei em casa, a fim de me esquivar de uma dor de cabeça que me incomodava pela manhã, comentei com uma colega de trabalho que, subconscientemente, ainda acredito numa solução senso-comunal indicada por minha mãe para se livrar das dores: fazer caretas para elas! Nem sempre funciona, mas me diverte pensar nisso. É como se fosse um positivo efeito placebo autofisiológico. Na pior das hipóteses, sorrimos – eu, minha colega de trabalho e, se eu estiver certo, tu, que me lês nesse instante.

Sentindo-me recuperado do mal-estar matinal, sentei-me no computador, a fim de realizar as minhas tarefas ordinárias, quando recebo uma mensagem eletrônica contendo como anexo a imagem que ostenta esta postagem: eu, posando como São Sebastião, santo que se tornou o mártir dos homossexuais. Não apenas isto, mas isso também. Seja como for, hoje eu sinto que preciso um pouco mais de seus préstimos para-religiosos...

Antes de chegar em casa, comentei que um rapaz vestindo camiseta amarela estava bonito. Enviei-lhe uma mensagem de celular, confirmando o elogio e, por não ter crédito, ele não teve como me responder se ficou incomodado com o panegírico ou não. Tanto faz...

Sentei-me ao pé de um rapaz gripado antes de vir escrever estas linhas e pedi que minha mãe pusesse algo para comer. A realidade continua se desenrolando ao meu redor. Molhei os sapatos, no caminho para o trabalho, e um odor de chulé emana de meus pés. Estou pensando em baixar um disco canônico da banda experimental Sonic Youth, enquanto arquiteto uma maneira de alisar um corpo humano antes de dormir. Não faltam sequer as flechas, flechas de cupido talvez. Tencionava ver um filme sobre uma criança violentada por outras pessoas, mas minha mãe pediu para ver um filme sobre uma criança violentada por uma doença. Não sei qual o elemento central desse texto – tencionava ser um mero desabafo contingencial – mas fico contente por saber que sou lido por pessoas queridas e emocionado por ter recebido uma gravura tão bonita de presente. Muito obrigado!

Wesley PC>

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