quinta-feira, 29 de março de 2012

PARA QUEM JÁ QUIS CHUPAR O RUBEM FONSECA...

O título desta postagem é o que chamamos de “piada interna”. É repetida mais de uma vez no surpreendente filme brasileiro “Histórias de Amor Duram Apenas 90 Minutos” (2009, de Paulo Halm), visto por acaso na noite de ontem. Não suspeitava que seria um filme tão bom, mas a indicação reiterada de um amigo sensível e inteligente me levava a aventar seriamente a possibilidade. Esquematizei a sua audiência ainda na manhã de ontem, quando tive um sonho em que eu era finalmente desvirginado, no caso, pelo vizinho de infância que mais pediu para que eu enfiasse o meu pênis em seu ânus. Apesar de este não ter sido necessariamente o que eu chamaria de um “sonho erótico”, acordei me sentindo feliz. Tanto que senti a vontade absoluta de desejar um BOM DIA a alguns amigos que me cercavam. Mal sabia eu o que se anunciaria da tarde em diante...

Um a um, os meus exíguos planos artísticos e pessoais foram naufragados, cancelados, protelados, destruídos. Fui alvo de contratempos absolutamente dispensáveis, graças à irresponsabilidade contumaz de uma pessoa em que eu insistia em confiar, mas que se mostrou uma criatura absurdamente egoísta e incapaz de admitir com dignidade os seus erros. Alguém que mentiu para mim. Conversei com uma amiga divorciada que, surpreendentemente, me transmitiu o entendimento de que eu necessitava. Dormi com raiva, acordei sentindo ódio, apesar das mensagens de conforto da amiga em pauta. E tudo tinha a ver com o que vi neste quase ótimo e surpreendente filme.

Na trama, Caio Blat (mais atraente do que nunca) vive um aprendiz de escritor de 30 anos que já viveu em Paris e que é casado com uma bela e decidida jovem, interpretada pela deslumbrantemente alternativa Maria Ribeiro. Sabe-se lá por que razão, ele começa a imaginar que sua esposa tem um caso com a melhor amiga argentina, vivida pela sensualíssima Luz Cipriota. A fim de se vingar imaginariamente pelo adultério cometido apenas em sua cabeça, ele resolve ser adúltero. E persegue a argentina de todas as formas, até ser analmente penetrado por ela, graças ao auxílio de um dildo. Mas a narrativa inteligente do filme é repleta de reviravoltas e o que acontece do meio para o final do filme deve permanecer em suspense para quem ainda não viu este intenso exemplar de um bom cinema brasileiro contemporâneo.

Voltando para a situação real que fez com que a experiência de ver este filme fosse mais dolorosamente mimética do que talvez eu estivesse disposto a suportar, eu volto para a situação real que fez com que a experiência de ver este filme fosse mais dolorosamente mimética do que talvez eu estivesse disposto a suportar. E, nesse caso, ainda estou tergiversando em círculos. Senti-me traído, ferido, enganado... Isso dói!

Wesley PC>

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