“Uma pessoa que não tenha violado nenhum tabu pode todavia ser permanente ou temporariamente tabu por se encontrar num estado que possui a qualidade de provocar desejos proibidos em outros e de despertar neles um estado de ambivalência.” [capítulo II – “Tabu e Ambivalência Emocional” – Parte (2)]
O que mais eu posso acrescentar? O que mais eu preciso dizer? Ler uma obra original de Sigmund Freud é como passar em revista a minha própria biografia recente, num estado de perenidade intermitente que explica bem como esta tal noção de “tabu” oscila conceitualmente da significação sacra para uma aplicação proibitiva.
Segundo as bases bibliográficas freudianas, 'tabu' é um conceito polinésio, que se opõe estruturalmente à noção de ‘noa’, aquilo que é “geral” ou “comum”. Por esta oposição, o tabu é dotado de um ‘mana’ (influência mágica), que causa o conflito entre a tentação e a consciência da evitação que redundará, metaforicamente, na neurose. Tudo muito óbvio, ninguém ousa duvidar, mas, no meu caso refletido em particular, tudo grita: quanto mais proibido ou bizarramente inacessível me parece, mais desejoso se torna o troço. Sou uma cobaia freudiana nata!
Wesley PC>
DOIS É DEMAIS EM ORLANDO (2024, de Rodrigo Van Der Put)
Há uma semana
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