quarta-feira, 11 de abril de 2012

AMÁCIO MAZZAROPI, MAIS UMA VEZ!

Na tarde de hoje, vi “O Noivo da Girafa” (1957, de Victor Lima), como parte da continuidade de minha imersão no projeto do Canal Brasil de homenagear o centenário de nascimento deste artista tão essencial do mercado cinematográfico brasileiro. Apesar do título chamativo, não espera me surpreender ou ser tão qualitativa e dramaticamente fisgado pelo filme quanto eu fui: não apenas gostei muito dele como o considerei uma das melhores produções protagonistas pelo estereotipado caipira até agora. Aqui ele está humano, essencialmente humano, na apresentação dos preconceitos que pessoas como ele sofrem quando emigram para metrópoles.

O protagonista da trama chama-se Aparício Boa Morte. Trabalha como zelador num zoológico, onde é explorado por trabalhadores de todas as camadas sociais, todas se considerando superiores à sua. Absolutamente hostilizado pelo proprietário e demais moradores da pousada onde dorme, ele calha de se apaixonar pela filha do dono, sem perceber que outra mulher, interpretada pela graciosa Glauce Rocha, está atraída por ele. Quando, após uma confusão com troca sanguínea num consultório veterinário, pensam que Aparício tem apenas 15 dias de vida em razão de uma leucemia em estágio avançadíssimo, todos passam a tratá-lo muito bem, inclusive ensejando um casamento arranjado com a mimada filha do dono da pousada, que está interessando numa herança que Aparício ganharia de seu moribundo tio avarento. Até o final da trama, tudo será desvendado, mas o modo como os qüiproquós e números musicais são conduzidos aqui me impressionou pela sinceridade reconstitutiva. Muito bom este filme! Estou amando descobrir um filão mazzaropiano de qualidade elevada em meio ao entojo senso-comunal da maioria de suas produções oportunistas. SE brincar, eu assumo até que sou fã dele (risos). Ops...

Wesley PC>

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