quinta-feira, 19 de abril de 2012

MESMO QUE EU NÃO ACREDITE, EU ACREDITO EM QUEM ACREDITA. ISSO DEVE CONTAR!

Acabo de assistir a um estranho filme de ficção cientifica tendente ao suspense chamado “Contatos de 4º Grau” (2009, de Olatunde Osunsanmi). Antes de publicizar qualquer comentário sobre a minha apreciação qualitativa do filme ou sobre minhas crenças acerca da veracidade de seu conteúdo reconstitutivo, convém antecipar o meu espanto diante do modo como o filme foi realizado: ao invés de prender-se ao estratagema ficcional baseado em fatos reais, o filme, em mais de uma seqüência, justapõe, lado a lado, imagens gravadas por pessoas reais e as suas respectivas variações personalísticas. À medida que o espectador vai se acostumando com este recurso, a equipe técnica do filme exacerba o efeito, dividindo a tela em quatro subseções, por exemplo, e manipulando a sonoridade das mesmas a fim de construir um impacto amedrontador. Indo direto ao ponto, assevero: não funcionou comigo!

Por mais dramático que possa ter parecido o choro final da personalidade real que inspirou o filme, a estrutura pós-moderna e francamente vendável do mesmo me irritou, parecendo traiçoeira em relação aos intentos terapêuticos da obra, que, conforme deixa patente durante os créditos finais, acredita piamente que os depoentes de interações com entidades extraterrenas têm razão em suas alegações temerosas. Muito esquisito o filme, assim mesmo! Por que o diretor não optou por realizar um documentário mais “científico” sobre o tema ou um filme ficcional mais sincero em sua autenticidade reconstitutiva? A mistureba a que fomos apresentados me pareceu formalmente indigesta, ainda que levemente perturbadora em relação às possibilidades aventadas.

Lembro que, numa dada madrugada de domingo, eu e um amigo dormíamos em Gomorra quando fomos despertados, ao mesmo tempo, por fachos multicoloridos de luz no telhado. Assustamo-nos bastante, ciente de que havíamos visto um disco voador ou algo do gênero. Interrogamo-nos mutuamente acerca do que havíamos visto ao despertar e surpreendemo-nos deveras com a similaridade de nossas respostas. Até hoje, nunca entendemos direito o que vimos. Por essas e outras, não consigo eliminar por completo a minha infinitésima credulidade em relação ao que foi mencionado no filme. Mas que ele foi muito mal-feito enquanto produção cinematográfica, ah, isso foi. Me senti envergonhado enquanto o assistia, juro! Sorte que conversava por alguém, via telefone celular, enquanto isso. E ele era real...

Wesley PC>

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