quarta-feira, 18 de abril de 2012

“QUISERA EU NUNCA TER LIDO UM LIVRO”...

Em dado momento, conclui o protagonista do filme “Doutor Faustus” (1967, de Richard Burton & Nevill Coghill), visto na manhã de hoje. Trata-se da conhecida lenda germânica, eternizada por Johann Wolfgang Goethe e já filmada por Friedrich Wilhelm Murnau e Jan Svankmajer, entre outros. Porém, a versão do filme a que tive acesso parte da peça teatral escrita pelo britânico Christopher Marlowe, no século XVI, antes mesmo da abordagem goetheniana mais célebre. Não li o original, mas o texto filmado é lúgubre, sem a redenção pelo amor que percebemos nas versões posteriores. E, por estar afligido por um dilema gnosiológico bastante particular, fiquei com medo de ser tentado pelos demônios do mesmo modo como o ambicioso e (não tão) envelhecido Fausto foi tentado. Não lamento bastante as perdas ou insucessos de minha juventude de privações, mas temo que, nalgum momento de minha vida, minhas carências carnais tornem-se avassaladoramente lancinantes. Deus tomara que não, Deus me ajude que não, Deus me proteja para que não, mas, vendo o filme, eu fiquei com medo, com muito medo. Juro!

Wesley PC>

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