quarta-feira, 30 de maio de 2012

ANTES DE DORMIR, CUMPRI A PROMESSA QUE HAVIA FEITO A MIM MESMO E DESPEJEI ÁGUA SOBRE A MERDA NA PRIVADA...

Hoje é aniversário da cineasta Agnès Varda. Ela completa 84 anos de idade. Fundamental em minha vida por causa do quanto o filme “Cléo das 5 às 7” (1962) me vincula a algumas amigas e a algumas idealizações românticas ainda irrealizadas, esta cineasta também me impressiona pelo modo benfazejo como enfrentou os diversos adultérios de meu marido Jacques Démy. Ela o amava. E, por amá-lo demais, compreendia que amor não se prende, não se aprisiona num juramento. E, se interrompo as postagens sobre o Desafio Semanal dos 11 Dias para elogiar a Agnès Varda, não é apenas para valorizar a sua data natalícia, mas porque a identificação com os temas de seus filmes se dá em ordem reversa: sou um monogâmico e, como tal, sofro ao me perceber sexual ou afetivamente interessado em rapazes comprometidos. Por mais que o modo como eu os ame seja demasiado respeitoso, que direito tenho eu de amar quem já tem quem ame? É possível se limitar ou se direcionar o amor? É-nos permitido escolher, nesta seara afetiva tão delicada? É crime ou pecado amar à distância? E, se “pensar em pecar já é pecar”, ter sonhos eróticos (não convertidos em masturbação ou qualquer outra extensão erotógena) com pessoas comprometidas é algo merecedor de condenação? Agnès Varda talvez dissesse que não. E é isso o que eu preciso ouvir agora...

 Wesley PC>

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