sexta-feira, 15 de junho de 2012

LUTO POR CARLOS REICHENBACH!

No caminho para a universidade, onde pretendo participar do terceiro e último dia de um evento sobre Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento que muito me afetou enquanto comunicólogo angustiado, planejava redigir algo sobre o disco que ouvia enquanto estava no ônibus. Mal liguei o computador e me deparo com uma notícia bombástica, trágica e parcamente anunciada: ontem, 14 de junho de 2012, dia em que o cineasta Carlos Reichenbach completava 67 anos de idade, ele morreu. Pura e simplesmente, morreu!

 As causas de sua morte ainda não foram anunciadas nem tampouco foi suficientemente divulgado o impacto desta notícia entre aqueles que realmente levam a sério o conceito de cinefilia, conforme (re)definido pelos críticos franceses da Cahiers Du Cinéma: Carlos Reichenbach era um apaixonado compulsivo por cinema! Fotografava, dirigia, roteirizava e citava grandes mestres de formas ostensivas ou sutis, demonstrava amor pelo cinema a cada fotograma de seus filmes, por mais irregulares que estes fossem.

 Dentre a sua obra directiva, assisti apenas aos filmes mais recentes, mas tornei-me um fã de imediato: tanto do afã geracional contido em “Alma Corsária” (1993) quanto do apelo nostálgico que fundamenta “Dois Córregos” (1999); tanto do paradoxo discursivo que intitula o curta-metragem “Equilíbrio & Graça” (2002) quanto da vastidão de temas que abundam em “Garotas do ABC” (2003); tanto da simpatia que arregimenta “Falsa Loura” (2007) quanto da genialidade que, mesmo sem ter visto – o que será corrigido ainda neste final de semana! – explode em cada detalhe de “O Império do Desejo” (1981). Um grande mestre de nosso cinema brasileiro se foi. Mas, não por acaso, ele já era imortal. Reaprendi com ele o que é cinefilia. Obrigado, Carlos Reichenbach!

 Wesley PC>

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