quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A BRIEF NUDE REMINISCENCE... (IN MY OWN FUCKING LANGUAGE, OF COURSE)!

Por mais que eu admire o talento rimado do cantor e compositor baiano Caetano Veloso e volta e meia ache engraçado quando alguém diz que eu pareço fisicamente com ele (quando mais jovem, claro!), ainda não me atrevi a ouvir seus discos recentes. Dentre estes, “A Foreign Sound” (2004) é o que menos me interessa, visto que não consigo concordar com a insolente insistência do artista em dizer que “os Estados Unidos da América produzem a melhor música popular de todo o mundo!”. No elogiado documentário “Coração Vagabundo” (2008, de Fernando Grostein Andrade), o cantor repete tal depoimento, em resposta a uma declaração de Hermeto Paschoal que não apenas discordava dele como o tachava de “cantorzinho”. E este é apenas um dos muitos aspectos que me desagradaram no filme...

 Tematicamente desfocado e perenemente deslumbrado com as andanças de Caetano Veloso por Nova York e Tóquio, a fim de divulgar os concertos do referido disco, “Coração Vagabundo” apresenta um personagem real quase xenofóbico em sua obsessiva comparação demeritória com o “primeiro mundo”: reclama de ter convivido apenas com brasileiros quando vivera em Londres, na década de 1970,comenta o seu suposto mau desempenho idiomático nalguns programas de entrevista gringos, é mostrado na intimidade de seu então casamento com Paula Lavigne, aparece numa ridícula simulação de flerte com a modelo Gisele Bündchen, confunde-se ao diagnosticar a incomunicabilidade nalguns filmes de Ingmar Bergman e, num polêmico vislumbre, aparece completamente nu enquanto troca de roupas nos intervalos de um ‘show’. Afora isso, pouco mais a ser dito de bom sobre o filme...

Pedro Almodóvar concede uma entrevista elogiosa sobre o seu amigo, mas desenxabida; Michelangelo Antonioni é mostrado quando ainda vivo, emocionado com a canção que Caetano Veloso compôs em sua homenagem; David Byrne demonstra-se emocionado por cantar ao lado dele no Carnegie Hall nova-iorquino; um japonês aparece cantarolando a letra de “O Leãozinho” em português... E o resto é enfado! Tanto que adormeci antes do final do filme e não senti que perdi muita coisa. Devo ter me contaminado com a estranha seqüência em que o mau diretor filma uma jovem nipônica adormecendo num metrô! Pelo sim, pelo não, antecipo que vi um rapaz desnudar-se de forma similar ao cantor – com 66 anos, à época das filmagens – na tarde de ontem e fui muito feliz neste breve contato com uma intimidade revelada em breves segundos, algo que, no filme, aparece como um engodo publicitário. Não gostei! Prefiro o Caetano Veloso tropicalista de outrora...

Wesley PC>

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