quarta-feira, 22 de agosto de 2012

CALMARIA, MESMO DIANTE DE UMA POSSÍVEL DESGRAÇA.

Hoje eu tive um legítimo sono de apaziguamento. Desliguei o celular antes de me deitar e dormi e acordei absolutamente tranqüilo. Para além de todos os problemas, pendências e preocupações, acordei apaziguado: tenho amigos, coopero com eles, isso basta!

Comi dois pães com ovo, vagens e queijo e assisti a um singelo filme turco na TV: “Um Doce Olhar” (2010, de Semih Kaplanoğlu), sobre um doce garotinho, vivido pelo encantador Bora Altas, que aguarda o pai coletor de mel voltar para casa. No prólogo do filme (terceiro de uma trilogia com o personagem principal), sabemos que o pai sofrera um acidente, após tentar escalar uma grande árvore, mas, até que sua família descubra o acontecido, nos deixaremos encantar pela graciosidade do filho Yusuf, que lê bastante quando está sozinho em casa, mas tartamudeia quando é requerido para fazer o mesmo na escola. Seu professor tem o hábito de palmear e premiar com medalhas os alunos que demonstram qualquer mérito discente. Yusuf sonha com a tal medalhinha, mas será o último a recebê-la. E, ao contrário do que pensávamos, ela não terá o gosto doce que o mel mencionado durante todo o filme deixa entrever...

A razão para que o pai de Yusuf vá coletar mel numa região distante é o esvaziamento das colméias locais: “Deus sabe para onde as abelhas foram”, confidencia ele a sua mulher. Conversa com o fi8lho através de sussurros, a fim de assegurar a harmonia familiar entre eles. E, à medida que o filme se desenvolvia, me encantava pela despretensão directiva, que conduz a trama com muita calma, sem arroubos dramáticos mal-situados: o filme põe-se à altura de Yusuf. Ficamos ao lado dele quando a tragédia é finalmente anunciada. E permaneci calmo após a sessão. Como me disse um querido amigo, através de mensagem de celular, “brincar com a dor, sempre. Ela é nossa amiga”. E eu amo, ah, eu amo!

 Wesley PC> 

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