sexta-feira, 21 de setembro de 2012

TUDO AQUILO QUE SE PASSAVA NA CABEÇA DE UMA PESSOA DURANTE UM ASSALTO (MINHA VERSÃO)

Depois de um dia tolhido pela melancolia e de uma noite aprazível (no plano intelectual), aconteceu algo que periga mergulhar o meu subconsciente já atormentado por diversas angústias em um novo trauma: fui assaltado. Desci do ônibus num praça católica, ouvi alguém chamar o meu nome ao longe, desdenhei, caminhei um pouco, percebi algumas pessoas se aproximando, ignorei e, de repente, me vi cercado por cinco rapazes, sendo que um deles apressou-se em me dar um soco na cara, quebrando os meus óculos, deixando-me atônito, "o que está acontecendo?!", relógio quebrado, corrente com crucifixo puxada, olho doendo, angústia de perder os meus pertences acadêmicos, bornal levado de mim, eu sem saber o que fazer logo em seguida...

Fui até uma delegacia, sem saber como se presta queixa, angustiado por causa do sumiço de minha agenda erótica, mas a pessoas que me atendeu ignorou o meu clamor. Um motoqueiro surgiu de repente e me levou até um posto policial. Um funcionário bonito e simpático sorria para mim, enquanto empunhava uma metralhadora imensa. Perguntou se eu queria comprar uma arma, aconselhou-me a prestar queixa, deixou-me em casa, milhões de pensamentos amedrontados se misturando em minha cabeça, até que, pouco tempo depois, alguém me liga, dizendo que encontrou o meu caderno. Era uma guria com quem estudei aos doze anos de idade, na sexta série. Ela tinha um filho bonito, que tentou me consolar, entregando os meus pertences. Eu agradeci, mas não sabia ainda o que sentia: estava vivo, agradecido, virginal, preservado. E, afinal, encontrei o que tinha mais valor naquele bornal: o caderno, a agenda, minhas apostilas e um bloco de notas. E estou com a correntinha com o crucifixo no pescoço. Obrigado, Senhor!

Wesley PC>

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