sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A RESOLUÇÃO VEM COM O TEMPO?


“ – Eu não consigo acreditar naquilo que não vejo... 
- E o que tu queres ver?
 - O mundo.” 

Neste exato momento, experimento aquela estranha sensação de deslocamento temporal que nos assola quando passamos a madrugada acordados e não dormimos o suficiente. Pois bem, depois de gastar com gargalhadas horas que, noutros dias, estiveram destinadas ao sono repositivo, assisti ao primeiro longa-metragem do diretor independente norte-americano Hal Hartley, “Uma Relação Muito Perigosa” (1989) e, oh, como eu apreciei o clima inusitadamente romântico do filme: na obra, um mecânico celibatário recém-saído da cadeia apaixona-se pela filha rebelde do homem que o contrata, mas ela insiste em se deprimir diante da possibilidade do fim do mundo. Ela costuma ouvir bombas se aproximando da cidade onde vivem e termina um namoro de vários anos com um vizinho depois que ele adere francamente ao capitalismo. Ela não quer ir para a faculdade, mas seu pai quer que ela estude Jornalismo. E, na Internet, um dos rapazes que conheci virtualmente na última semana publicou hoje uma bela montagem de fotos, com intervalo de 11 anos entre uma e outra, nas quais ele aparece abraçando a sua cadelinha de estimação. Repito: achei as fotos muito bonitas, ao tempo em que fiquei imaginando o que se passava na cabeça daquele menino nos dois momentos eternizados... Sou um oportunista? Pelo sim, pelo não, se a paixonite for uma doença, que ela venha: prefiro-a aos ensaios de desprezo!

 Wesley PC> 

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