quarta-feira, 17 de outubro de 2012

DESAFIO DOS NOVE FILMES DESCONHECIDOS - #03: “GOSTO DE TI COMO TU ÉS, MAS ESTA TUA CARA INGÊNUA ME CAUSA ENFADO!"

Acordei atrasado na manhã de hoje, de modo que pude assistir a apenas mais um filme da maratona a que me submeto nesta semana. O terceiro exemplar foi o filme eslovaco "Morgiana" (1972, de Juraj Herz), completamente desconhecido para mim, em todos os sentidos. Analisei a filmografia do diretor e não me deparei com nenhum filme reconhecível dentre as dezenas que ele realizou. Resta-me falar sobre o que vi, portanto.

 A trama de "Morgiana" lembra a estrutura básica de uma telenovela mexicana: duas irmãs ricas ficam órfãs e a mais velha delas resolve envenenar a mais nova, deslumbrada e apaixonada, a fim de monopolizar os ganhos da herança. Porém, o veneno não é letal como ela previra e, no máximo, faz com que a rapariga padeça de uma sede incontrolável e de alucinações que, aos poucos, a levam a desvendar o mistério.

 Interessante no filme é que o título do mesmo faz menção à gata da protagonista vilanaz, que, aparentemente, não possui muita importância tramática, salvo por uma participação fundamental no desfecho, quando ela adianta o enforcamento voluntário da megera. A maquiagem exagerada das personagens, as perucas bizarras e as roupas em estilo rococó acentuam a afetação histórica da narrativa, que parece proposital em sua hipertrofia 'kitsch'.

 Na verdade, achei o filme simplista em sua estrutura narrativa geral e um tanto redundante em seu clima de mistério, mas o ritmo é agradável, a narrativa é bem conduzida, as atuações melindrosas chamam a atenção e um garotinho coadjuvante, que brinca com uma cadela potencialmente envenenada, é absolutamente encantador, bem como o espectro lésbico que paira sobre a protagonista e a faz cometer atitudes impensadas e muito violentas, como atirar uma pedrada gratuita na nuca de uma empregada bonita que se banhava despida num rio... Valeu a pena ser descoberto: e a gata sobrevive, uhuuuu!

 Wesley PC>

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