quinta-feira, 18 de outubro de 2012

DESAFIO DOS NOVE FILMES DESCONHECIDOS - #04: “AS PESSOAS PÕEM CRUZES EM HOMENAGEM A JESUS...”


Numa frase: “A Rosa de Ferro” (1973, de Jean Rollin) é lindo, lindo, lindo! 

 Assistindo a este filme, não pude me esquivar de uma teoria conspiratória basilar: o cinema fantasmático de Jean Rollin foi escondido de mim propositalmente, não é possível! Como pode um cineasta realizar um filme tão belo, possuir uma filmografia tão consolidada (e difamada por alguns) em suas convenções de horror necrofílico e eu nunca ter ouvido falar dele?! Que filme lindo!

 Na trama do filme, bastante elementar, uma rapariga fantasiosa e um poeta impetuoso (Françoise Pascal e Hughes Quester, ambos muito bonitos) resolvem compartilhar um idílio amoroso num cemitério. Amam-se a ponto de perderem a hora (literalmente, inclusive, visto que o rapaz esquece onde deixou seu relógio) e, quando saem da cripta onde transavam, não conseguem encontrar a saída do cemitério... Vagam em círculos, discutem, devaneiam (“diante da morte, eu prefiro o amor ao invés da vida”) e, progressivamente, a mulher enlouquece, declarando que ama o homem que está a seu lado, mas, ao mesmo tempo, aprisionando-o na cripta onde estavam, depois de terem feito sexo mais uma vez, sobre crânios e ossos de diversos cadáveres... Lindo, lindo, lindo!

 Paralelamente à saga lúgubre do casal, personagens mudos desfilam na tela, como o coveiro vestido como um vampiro, o palhaço que deixa flores sobre um túmulo, a viúva que deambula por entre as lápides e fecha o portão na cena derradeira do filme... Fiquei absolutamente apaixonado por Jean Rollin: felizmente, há outro filme dirigido por ele nesta maratona...

 Wesley PC>

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