quinta-feira, 11 de outubro de 2012

DOIS FILMES SEXUAIS NUMA MANHÃ DE QUINTA-FEIRA #01: VÁRIAS PESSOAS SOLITÁRIAS SÃO MAIS SOLITÁRIAS QUE UMA SÓ!

Estou determinado a cumprir uma regra sentimentalmente impositiva: amigo meu está proibido de reclamar que se sente sozinho! Como é que pode?! Quanto mais eu analiso o assunto, mais eu percebo que – para além das inevitáveis semeaduras em contrário – solidão é um conceito “inventado”, ao qual nos adaptamos, nos viciamos... Podem me chamar de autoritário se quiser, mas eu me proíbo de permitir que qualquer pessoa que eu ame reclame de solidão!

 O assunto (ou a decisão a ele atrelada) tornou-se particularmente nodal para mim depois que recebi mensagens similares de alguns amigos, reclamando de se sentirem solitários ou potencialmente solitários, reclamação esta que periga me tomar de assalto vez por outra, mas a enfrento da mesma forma que renego o tédio. Na manhã de hoje, inclusive, utilizei como arma um filme genial: “My Hustler” (1965), dirigido por Andy Warhol e Chuck Wein.

 No longa-metragem, um homossexual rico e afetado demonstra-se ciumento enquanto observa, à distância, o seu gigolô favorito bronzear-se. Em plano-seqüência, deixamo-nos contaminar pelo ponto de vista da câmera, que insiste em abandonar os interlocutores de uma conversa sobre carência que permanece em ‘off’ para contemplar o corpo seminu do escultural loiro Paul America. No segundo plano-seqüência do filme, o gigolô conversa com um colega mais antigo de profissão, enquanto se despe, se banha, se veste e escova os dentes. Ao final, uma contratadora dos gigolôs aparece em cena, reiterando a solidão financiada pelo capitalismo de que o filme fala desde o início... Solidão é um conceito perenemente reinventado, portanto!

 Wesley PC>

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