quarta-feira, 24 de outubro de 2012

"NÃO QUERO TE VER TRISTE: QUERO LEMBRAR DE TI COM UM SORRISO DE ORELHA A ORELHA... EU TE AMO! NOS VEMOS EM OUTRA ESFERA!"

E, assim, eu tremo de identificação diante de "4:44 - Último Dia na Terra" (2011), obra-prima tétrica do genial cineasta católico Abel Ferrara. Aqui, ele conduz as origens etimológicas do termo religião ao seu paroxismo e oferece-nos a tábua de consolo de que eu mais necessitei durante a sessão: tentei não prestar tanta atenção ao filme, a fim de não ficar assaz afetado, mas... Como? Como ficar inane diante de uma adolescente reclamado que não quer morrer virgem e acrescentando logo em seguida: "tarde demais para isso...". Tarde mais para quê? Para querer?

No filme, pessoas desesperadas porque sabem que vão morrer dentro de algumas horas questionam se devem ou não voltar a cheirar cocaína, mesmo estando "limpas" há mais de dois anos. Incapaz de resistir a uma tentação que parece sem sentido, o protagonista sucumbe. E, abraçando quem ama, interage  "tu és um caso perdido. Me perdoe!". E eles se perdoam mutuamente. E se abraçam. E a luz chega. E eles sentem Deus. E são ambos anjos, todos no mundo são anjos... Chuif!

Wesley PC>

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