domingo, 18 de novembro de 2012

“AMOR É O CARALHO!”? TAMBÉM, TAMBÉM...

Há pouco, recebi o telefonema de duas mulheres que amo. Cada qual a seu modo, ambas demonstraram uma histeria pré-etílica no que tange à relação de valorização perpétua do amor como algo que vale muito a pena sentir, ainda que eventualmente doa, nos faça ficar com o coração pesado. E eu senti muito amor por elas duas enquanto escutava suas belas vozes ao telefone. E, ao desligar o aparelho, continuei sentindo amor, algo que me atingiu particularmente em cheio desde a tarde de hoje, quando iniciei a minha maratona integralizante da obra de Ingmar Bergman e vi um filme amargo sobre o qual pouco falam: “A Paixão de Ana” (1970).

 No filme, dor e amor se equiparam, se entrecruzam, quase competem pelo mesmo espaço no coração dos personagens, se estes não se destinassem de antemão a fazer ambos os sentimentos coexistirem. E, num lance genial de direção, o gênio sueco faz com que o seu quarteto de atores julgue os seus personagens, demonstrem que estão absolutamente imbricados com eles, sentindo nas peles as conseqüências de seus atos de amor (e dor). Um filme que me perturbou deveras, a ponto de eu me obrigar a revê-lo muito em breve. Pois eu amo e preciso disto. E, apesar de concordar que há dor neste processo, ainda me sinto feliz. Hoje, numa madrugada calorenta, eu me sinto feliz!

 Wesley PC>

Nenhum comentário: