quinta-feira, 29 de novembro de 2012

PODERIA SER PIADA, ENGRAÇADO, MAS, SENDO COM QUEM A GENTE QUER BEM, INCOMODA, FERE MUITO MAIS QUE O ORGULHO!

Por causa de uma simples emulação do extraordinário filme de David Lynch “Veludo Azul” (1986) – mais precisamente, numa cena em que a atormentada personagem de Isabella Rossellini despe o abobalhado Kyle MacLachlan – fui bloqueado por uma semana no Facebook: isto implica em dizer que não poderei curtir nem comentar nada nesta rede social cibernética por sete dias, o que não me incomoda muito, visto que tento me esquivar desta imitação mal-feita de interações interpessoais há muito tempo, preferindo investir nos contatos diretos com as pessoas, inclusive no que tange ao que é metonimizado na imagem do filme citado. Na vida real, entretanto, a coisa é mais complicado: apesar de concordar que a relação entre a preservação do orgulho e a obtenção gastronômica do sêmen humano nem sempre estão diretamente relacionados, humilhação tem um limite, conhecido por cada pessoa que sente. Mais do que conhecer o meu próprio limite, respeito o do próximo, o que instaura um problema conceitual, visto que, na última terça-feira não me arrependi de ter bisbilhotado, por sobre as paredes do banheiro, um rapaz que se masturbava. Ele olhou para mim após ejacular, demonstrando estar chateado com a minha invasão de privacidade, bufou um pouco, foi dormir chateado, não me senti completamente culpado e, na noite de ontem, ele sorriu enquanto me incluía numa conversa familiar, sendo bastante cordial, enquanto, de minha parte, eu tachava um ‘homo sapiens’ macho de “egoísta e irracional”. Uma amiga chorava do outro lado da linha telefônica. E eu tive problemas para dormir. Mas acordei. E, ao lado de outra amiga, sorri, amei, fui amado, e me melei de creme de alho quando um amigo me telefonou. Viver é bom (e misterioso)!

 Wesley PC>

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