quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A LÓGICA DO PONTO FRACO (“NINGUÉM DISSE QUE SERIA FÁCIL)...

Escrevo em silêncio, completo silêncio. Geralmente, quando me disponho a utilizar este ‘blog’ como espaço confessional, ouço músicas que reiteram o que sinto. Antes de começar a digitar, ouvi as referidas canções na TV: malgrado ter (finalmente!) me decepcionado com o seriado televisivo “Glee”, deveras ambicioso e deformado em sua quarta temporada, surpreendi-me ao perceber-me emocionado com um episódio em que casais que se separaram por motivos profissionais se reencontram. Duas das canções executadas para marcar este reencontro doloroso me foram particularmente pessoais: “The Scientist” (do Coldplay), que encerra o episódio; e “Don’t Speak” (do No Doubt), através da qual já tive oportunidades de expelir muitas lágrimas. Quase o fiz na noite de hoje, mas minha mãe apareceu na hora H, quando eu me deixava perder entre versos como “eu realmente sinto que estou perdendo o meu melhor amigo” ou “não fale porque machuca”. Em momentos de propensa tristeza, tudo cabe, tudo faz sentido. E Hollywood entendeu isso muito bem!

 No quarto episódio da quarta temporada do referido seriado – nominado “The Break Up” [“O Rompimento”], um dos mais graciosos que já vi do mesmo, bastante referenciado neste ‘blog’ – os personagens seguem a tradição clássico do desenvolvimento de talentos estadunidenses: saem em busca de seus sonhos, deixando para trás aquilo que lhes prendem à cidade onde vivem. Assim sendo, uma lésbica revoltada abandona a sua namorada para ir para a faculdade; um ‘gay’ estiloso ignora os clamores por afeto de seu namorado cheio de melindres; uma rapariga histriônica não sabe como lidar com a carência derrotista de seu amado ingênuo; e o idealizador do coral que intitula o programa consegue um emprego melhor noutra cidade, antecipando a necessidade de despedir-se da mulher com problemas psicóticos por quem se apaixonou. Crescer é abandonar, apregoa a cartilha da cultura de massa juvenil. E eu pensando em subsunção do trabalho intelectual, ai, ai...

 E o silêncio continua. Mas não por muito tempo, espero. Sinto fome. Tenho alguns dos melhores amigos do mundo, além de uma mãe muito carinhosa, que sente prazer em me preparar deliciosos pastéis de queijo, e de cães hiperativos, que latem e lambem e abanam a cauda para demonstrar que estão felizes. No colo, um livro triste, aberto na página 537.

 Wesley PC>

2 comentários:

AmericoAmerico disse...

'uma rapariga histriônica não sabe como lidar com a carência derrotista de seu amado ingênuo' em outra palavra: Rachel? kkkkkkkkkkk. Parei de ver Glee, mas quem sabe retomo! O silêncio é pra ser quebrado! Ou não. shhhhhhhhhhhhhhh

Gomorra disse...

(risos)


Pois é...

Vi apenas o terceiro e o quarto episódios desta quarta temporada, Américo, mas este aqui em particular é muito bom: me fez sentir saudades dos velhos tempos... Sou louco pelo Finn (ainda!), bem sabes, né? (WPC>)