quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

CULPA MINHA, QUE, ATÉ HOJE, AINDA NÃO LI “O LEVIATÔ, DE THOMAS HOBBES?

Esta é a pergunta que eu mais repetia para mim mesmo durante a sessão do execrável filme “Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge” (2012, de Christopher Nolan), que vi na tarde de hoje. Apesar de não estar com muita vontade de ver o filme – tanto que o desdenhei quando este esteve nos cinemas, por mais elogios rasgados de pessoas confiáveis que ouvi sobre ele – esperava que fosse achá-lo ao menos mediano, mas o diretor e co-roteirista não quis o meu afeto: os 165 minutos de duração irregular, as tramas paralelas desinteressantes, as composições previsíveis e/ou forçadas dos personagens (que parecem terem regredido no tempo, em sua insistência em protelar as mortes desejadas de seus inimigos), quase tudo no filme me pareceu insuportável, mas o que me chateou mais, sem dúvida, foi a consideração do povo de Gotham City como uma entidade una e incapaz de discordar de qualquer decisão hipodérmica que a envolve. Diziam ao povo: “faça!”, e as pessoas assim faziam. Diziam: “desobedeça”, e as pessoas desobedeciam nas condições pré-estabelecidas (destruir uma prisão e assassinar policiais, por exemplo). Sinceramente, senti como se o período de estudos sobre teorias democráticas no Mestrado tivesse valido muito a pensa, visto que Christopher Nolan subestimou deveras a minha capacidade de interpretação ideológica. Péssimo filme! E talvez eu volte a falar sobre ele, por conta de um cotejo erótico que o envolve...

Conforme escrevi para um rapaz cujo delicioso esperma já foi sorvido por mim centenas de vezes, “no começo do filme, alguém pronuncia: ‘em tempos de paz, não se precisa de heróis’. O problema é que Hollywood não se interessa pela paz. Irritado ainda: odiei o filme!”. A pura verdade: mais do que tê-lo odiado enquanto tedioso espetáculo cinematográfico, fiquei emputecido com o mesmo enquanto manifestação ostensivamente ideológica , em que a mentira, mais uma vez, é requerida como estratagema pseudo-conciliatório. Se não fossem as ótimas presenças de Anne Hathaway e Joseph Gordon-Levitt, odiaria o filme ainda mais: a vilã interpretada por Marion Cotillard é absurdamente inconvincente! Por que será que gostam tanto deste filme, hein? Tenho que ler o livro do Thomas Hobbes o quanto antes!

Wesley PC> 

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