Esta é a pergunta que eu mais repetia para mim mesmo durante
a sessão do execrável filme “Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge” (2012,
de Christopher Nolan), que vi na tarde de hoje. Apesar de não estar com muita
vontade de ver o filme – tanto que o desdenhei quando este esteve nos cinemas,
por mais elogios rasgados de pessoas confiáveis que ouvi sobre ele – esperava
que fosse achá-lo ao menos mediano, mas o diretor e co-roteirista não quis o
meu afeto: os 165 minutos de duração irregular, as tramas paralelas
desinteressantes, as composições previsíveis e/ou forçadas dos personagens (que
parecem terem regredido no tempo, em sua insistência em protelar as mortes
desejadas de seus inimigos), quase tudo no filme me pareceu insuportável, mas o
que me chateou mais, sem dúvida, foi a consideração do povo de Gotham City como
uma entidade una e incapaz de discordar de qualquer decisão hipodérmica que a envolve. Diziam ao povo: “faça!”, e as pessoas assim faziam. Diziam: “desobedeça”, e as pessoas desobedeciam nas condições pré-estabelecidas (destruir uma prisão e assassinar
policiais, por exemplo). Sinceramente, senti como se o período de estudos sobre
teorias democráticas no Mestrado tivesse valido muito a pensa, visto que Christopher
Nolan subestimou deveras a minha capacidade de interpretação ideológica.
Péssimo filme! E talvez eu volte a falar sobre ele, por conta de um cotejo
erótico que o envolve...
Conforme escrevi para um rapaz cujo delicioso esperma já foi
sorvido por mim centenas de vezes, “no começo do filme, alguém pronuncia: ‘em
tempos de paz, não se precisa de heróis’. O problema é que Hollywood não se
interessa pela paz. Irritado ainda: odiei o filme!”. A pura verdade: mais do
que tê-lo odiado enquanto tedioso espetáculo cinematográfico, fiquei emputecido
com o mesmo enquanto manifestação ostensivamente ideológica , em que a mentira,
mais uma vez, é requerida como estratagema pseudo-conciliatório. Se não fossem
as ótimas presenças de Anne Hathaway e Joseph Gordon-Levitt, odiaria o filme
ainda mais: a vilã interpretada por Marion Cotillard é absurdamente
inconvincente! Por que será que gostam tanto deste filme, hein? Tenho que ler o
livro do Thomas Hobbes o quanto antes!
Wesley PC>
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