sábado, 4 de agosto de 2012

E, POR VOLTA DAS SEIS HORAS DA MANHÃ, OLHEI PARA O CÉU E... LÁ ESTAVA A LUA, AINDA!

Hoje eu sonhei que me esforçava sofregamente para encontrar um disco de ‘indie rock’ para um amigo. Não lembro exatamente qual era o disco, mas reconheci a banda: Luna. Nunca ouvi por completo nenhum de seus álbuns, mas, na adolescência, era apaixonado pela versão de “Bonnie and Clyde”, do Serge Gainsbourg, que eles adicionaram à trilha sonora do extraordinário filme “Irma Vep” (1996, de Olivier Assayas), nunca revisto desde então. Apressei-me em baixar o disco em que esta faixa está contida [“Penthouse” (1995)], mas, ouvindo-o agora, ainda não consigo apreender a sua simbologia admoestativa. Por precaução, me dispus a baixar mais um disco da banda, talvez o mais famoso [“The Days of Our Nights” (1999)], no afã por compreender o recado de meu subconsciente. Encontrando ou não um sentido hermenêutico para a indicação musical do sonho, sinto-me, desde já, deveras contemplado pela peculiar exortação a esta banda. Afinal de contas, a Lua tende a perdurar...

Wesley PC>

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

MINI-MARATONA WALTER HUGO KHOURI - #01: “DEVE SER ELE CONSERTANDO ALGO. ELE TEM ESSA MANIA DE CONSERTAR AS COISAS...”

Segundo longa-metragem realizado pelo genial diretor Walter Hugo Khouri (1929-2003), “Estranho Encontro” (1958) marca uma transição entre o ‘thriller’ psicológico associado aos estúdios Vera Cruz [mais precisamente notado em “Appassionata” (1952, de Fernando de Barros)], para os quais o diretor inicialmente trabalhava, e a sua vocação existencial insofismável, que, ao contrário do que imputam os seus detratores, independe das comparações antonionianas, já que este filme em particular antecipa muitos aspectos de “A Aventura” (1960), por exemplo, como o contraste entre as imagens praianas e os despejos de depressão (vide foto) e a angústia compartilhada com o espectador em mais de um nível enredístico. Nesse sentido, o roteiro original de “Estranho Encontro” é absolutamente primoroso.

Inicialmente centrado na atração que se estabelece entre Júlia (Andréa Bayard) e Marcos (Mário Sérgio), depois que o segundo quase atropela a primeira quando esta foge do obsessivo Hugo (Luigi Picchi), que é atormentado por ter sofrido a mutilação de uma perna e desconta em sua amada as frustrações de sua vida de “aleijado que evita o suicídio, apesar de todo o sofrimento”. Aos poucos, as camadas de agonia passional vão se entrelaçando e complexificando: Marcos atua como gigolô da riquíssima Wanda (Lola Brah) e se sente perseguido pelo mau-humor do caseiro Rui (Sérgio Hingst), que telefona para Hugo, informando do paradeiro da fugitiva Júlia, quando lê um anúncio de jornal e reconhece a mulher que Marcos esconde num depósito de coisas velhas na residência de Wanda. Como sói acontecer na obra khouriana, aqui há alguém que ama alguém que ama outro alguém que, por sua vez, talvez ame mais de um alguém, mas que causará sofrimento em outrem. E, nesse aspecto, a imagem final do filme é primorosa: não apenas por dignificar sobremaneira a excelente personagem de Lola Brah ou por alavancar a minha identificação ferrenha com o filme e seus personagens, mas também por antecipar o estilo coerente e minuciosamente singular que Walter Hugo Khouri impingiu em cada uma de suas obras. Em minha opinião, ele não é apenas um dos maiores gênios cinematográficos do Brasil, mas do mundo inteiro!

Oficialmente, privo-me de analisar mais detidamente os detalhes deste ótimo filme porque me sinto particularmente contemplado com o que li aqui, mas adianto que, para além da supressão rigorosa da masturbação masculina e do homossexualismo entre homens no ‘corpus’ khouriano, dois temas que me são muitíssimo caros, como todos sabem, despejo-me largamente em seus alter-egos, sendo que, neste filme em particular, não tem jeito: sou a Wanda! Por isso, talvez eu ainda esteja chorando com ela, depois daquele belo e pungente final...

Wesley PC> 

SEM ACENTO NA OXÍTONA TERMINADA EM -U



Desculpe-me por ser (ou, mais do que nunca, estar sendo) tão inconveniente. Por dentro, eu sou uma boa pessoa. Por mais que isto não me esquiva de agir mal em relação àqueles com quem me preocupo. Só isso, por ora: duzentas mil desculpas!


 Wesley PC>

PODE-SE DIZER QUE “LANCELOT DO LAGO” (1974, de Robert Bresson) É UM FILME DE AMOR?

Como legítimo pascaliano que é, Robert Bresson realiza filmes de amor. O destinatário deste amor, entretanto, confunde-se, não raro, com o “Deus invisível” e é justamente por causa d’Ele que a tragicidade anunciada nas lendas da Távola Redonda são convertidas num doloroso conjunto de diálogos entre o personagem-título (Luc Simon, numa interpretação quase gritada que difere bastante dos demais “modelos” bressonianos) e a rainha Guinevere (Laura Duke Condominas), apaixonada por ele. Os dois se amam – ou melhor, são exortados a amar – mas, ao pensarem em levar à frente este amor, talvez carreguem consigo um pecado, a ameaça do adultério. Isso não apenas atordoa o exímio cavaleiro Lancelot, acostumado a degolar inimigos nas inúmeras batalhas de que participou, como interfere no desenvolvimento combativo dos demais asseclas do Rei Arthur (secamente vivido por Vladimir Antolek-Oresek), em especial o zeloso Gauvain, vivido pelo belo e expressivo Humbert Balsan, que, mesmo obrigado a olhar para baixo durante boa parte da extensão do filme – como era caro àqueles que se submetiam à rígida direção bressoniana – encanta-nos com sua dramaticidade iridescente, conforme demonstra a cena metonimizada na imagem, quando ele morre, pouco antes de perdoar o seu fatal agressor Lancelot.

 Dentre os diversos aspectos surpreendentes e encantadores do filme, deve-se dar particular importância ao modo absolutamente audacioso com que o diretor filmou as cenas de combate, focalizando prioritariamente os membros inferiores dos cavaleiros e/ou detalhes dos seus cavalos. Além disso, as elipses no enredo proto-aventureiro são impressionantes, deixando claro que, para o diretor e roteirista, o que importa é a confirmação afirmativa do que é perguntado no título desta postagem: “Lancelot do Lago” é um filme de amor, sobre amor e embebido de amor do começo ao fim, como qualquer outra produção egrégia realizada por este originalíssimo diretor francês. E, após a sessão – tanto quanto antes e durante ela – eu amei. É o mínimo que posso fazer na minha voluntária tarefa de servir a Deus...

 Wesley PC>

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O MARCELO RIBEIRO É, AFINAL, UM “MARCELO” LITERAL. MAS NEM ELE DEIXOU DE SUCUMBIR...

Numa cena magistral de “Eros, o Deus do Amor” (1981), obra-prima de Walter Hugo Khouri, o personagem Marcelo (vivido na idade adulta por Roberto Maya, que nunca mostra o rosto, e numa segunda fase da infância por Marcelo Ribeiro) é intimado por sua professora de inglês (Kate Lyra) a repetir algumas partes do corpo naquele idioma. “Neck, one foot, two feet, breats” e assim por diante. Eu e meus companheiros de sessão ansiávamos para que ela dissesse “pussy”, mas ela prefere fazê-lo na prática, numa cena posterior em que o garoto a flagra masturbando-se, como é instante comum nos filmes khourianos: as mulheres masturbam-se. Percebendo que o menino a espia dentro de um guarda-roupa, a professora despe-se completamente diante dele e deita-se sobre o mesmo. O intérprete do garoto tinha 11 anos à época. No ano seguinte, ele se deitaria sobre a apresentadora Xuxa Meneghel [no ótimo e perturbador "Amor, Estranho Amor" (1982)] e ficaria famoso por isso. Tão famoso que seria futuramente convidado para participar de um ridículo vídeo pornô franquiado que se aproveita do título do filme polêmico. E, neste percurso todo, falou-se sobre tudo (de exortação à pedofilia até difamação de carreiras), menos sobre a qualidade indissolúvel dos filmes khourianos!

Assisti, na noite de ontem, ao filme citado na primeira linha deste texto e fiquei absolutamente apaixonado com o que vi. Mais que isso, continuo impressionado, chocado, escandalizado com a grandiosidade do talento erótico e existencial de Walter Hugo Khouri. Tentei esboçar algumas palavras elogiosas aqui e aqui, mas, em ambos os casos, fui obrigado a me render a uma tartamudez emotiva: o filme diz tanto sobre mim, sobre aspectos de meu ser que ainda não me sinto apto a divulgar ou compreender que eu me rendo. Eu me rendo! Walter Hugo Khouri é um dos autores mais inspirados e audaciosos que já tive o prazer de descobrir aqui no Brasil, um homem que se doou por completo a um modo de fazer cinema que desnudava o indivíduo, o ser humano, em sua gênese psicofilosófica. Coisa muito peculiar, singular, despejava em orgasmos que angustiam muito mais do que excitam, ainda que ambas as conseqüências espectatoriais sejam concomitantes. Não é mais ou menos assim que a vida se apresenta diante de nós? Por essas e outras, fico muito triste com o que é mostrado abaixo: muito triste mesmo! Mas, como diz, sabiamente, o senso comum: “é a vida”...

 Wesley PC>

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A MEDIOCRIDADE QUE ME É (OU PARECE) SER TÃO CARA...


“Hey, farmer, farmer, put away that DDT now 
Give me spots on my apples but leaves me the birds and the bees, please! 
Don't it always seem to go that you
Don't know what youve got til its gone
 They paved paradise and put up a parking lot”…

 Dormi cedo na noite de ontem. Antes de cerrar os olhos e mergulhar na atividade subconsciente, admiti que era medíocre. Não lembro o que sonhei, mas dormi profundamente, até pelo menos 4h30’ da madrugada, quando precisei ajudar minha mãe a despertar meu irmão para ir para o trabalho. Lá fora, chovia. Estava mais escuro que o normal neste horário. E eu dava de ombros quando os membros de minha família reclamavam do frio. Horas se passaram, os pratos se acumularam na pia e, enquanto eu os lavava, me deparei com “Big Yellow Taxi”, canção da Joni Mitchell [contida no álbum “Ladies of the Canyon” (1970)] que conheci graças ao documentário “Message to Love: Festival da Ilha de Wight – 1970” (1997, de Murray Lerner), visto, por acaso, há alguns anos, na Comunidade Gomorra. O tempo passa, mas os erros se repetem em sua gênese, o que pode ou não precisa ser um problema!

Particularmente, não aprecio deveras estas postagens enigmáticas, mas estou lidando com dados e elementos perturbadores: são as conseqüências da maturidade, no sentido mais acadêmico (ou academicista?) do termo. Continuo a ouvir o disco da Joni Mitchell, após a audição repetida da referida faixa, e estou apreciando a sua voz firme e triste, a sua sonoridade ‘folk’, o seu apelo sensível ao afeto entre indivíduos que se apreciam. Não há (tanto) enigma depois disso: no lugar, há uma saudável reiteração!

 Wesley PC>

terça-feira, 31 de julho de 2012

“E, NO FINAL DA TARDE, TODOS VOLTAVAM DA FEIRA: ALGUNS COM DINHEIRO NO BOLSO, OUTROS CARREGANDO AQUILO QUE NÃO CONSEGUIRAM VENDER...”

Não lembro se o texto é exatamente este, mas, junto com a sequência que anuncia doze horas em doze diferentes relógios, tal trecho foi o que mais me encantou no gracioso documentário em curta-metragem “Famalicão” (1940), realizado por Manoel de Oliveira quando ele tinha pouco mais de 31 anos de idade. Em verdade, é um filme menor, sobre cidade em que um dos escritores preferidos do cineasta, Camilo Castelo Branco (1825-1890), se suicidou com um tiro na têmpora direita, depois que descobriu que estava progressivamente cego em decorrência de uma sífilis.

 O detalhe patológico não foi acrescido à inusitada e divertida narração do filme, mas acho de bom tom destacá-lo na tarde de hoje, quando me senti inicialmente deslocado numa aula sobre Geografias da Comunicação, até que a professora me intimou a falar e eu percebi que tinha muito mais a ver com o tema do que pensava. E, ao final, desembestei a falar do bairro em que vivo, das minhas iracundas frustrações com o meu orientador, de tudo aquilo que me incomoda e ainda faz com que eu goze de um mínimo de atenção em relação àqueles que me cercam. Tal como o filme, o impacto foi muito mais efetivo após a sessão do que durante. A vida prega-nos esse tipo de surpresa de vez em quando. E que venha a noite e suas promessas...

 Wesley PC>

segunda-feira, 30 de julho de 2012

E SE EU NÃO PENSAR, RESOLVE?


Não, não resolve!
"A Besta Deve Morrer"
1969 - 2012 - Eu, anacrônico, fã de Claude Chabrol. Idiota que sou.
Idiota, idiota, idiota!
Não pensar não resolve! 
Idiota, idiota, idiota, idiota, idiota!

Wesley PC>

APESAR DA SEMELHANÇA NOMENCLATURAL, CURY E KHOURI PERTENCEM A UNIVERSOS RADICALMENTE DISTINTOS (UMA EMULAÇÃO DO QUE EU NÃO VI, NÃO VIVI, NÃO SENTI, NÃO ENTENDI, EXPERIMENTEI –TRÊS VEZES “AINDA”)!

Ainda não vi “A Alegria” (2010), parte intermediária da trilogia “Coração no Fogo”, realizada pelos diretores e críticos de cinema Felipe Bragança e Marina Meliande. Estou com o filme quase baixado – aqui no computador onde digito estas linhas – e anseio para chegar em casa e conferi-lo, visto que empolguei-me deveras com as resenhas entusiásticas que comparam o estilo dos diretores aos temas-chave de M. Night Shyamalan e Apichatpong Weerasethakul. Por ora, para me deixar ansioso para conferir o tal filme, basta-me a imagem desta ferida: afinal de contas, há uma ferida também fazendo eco em mim!

 Costumo dizer aos meus amigos e/ou confidentes – acreditando piamente nisto – que o que mais consola na tristeza é que ela nos torna mais criativos. Porém, há um efeito colateral que aflige que se aventura pela comprovação desta definição: a tristeza, diante de uma criatividade viciada, tende a crescer, a contaminar áreas que, até então, pareciam não afetadas por ela. Ou não. Tudo o que escrevo aqui se subsume a um viés especulativo: “Sobre aquilo de que não se pode falar, deve-se calar”, aconselhar-me-ia o Ludwig Wittgenstein. Mas eu sou idiota – muitíssimo idiota – e falo assim mesmo!

 Nos 7 minutos seguintes a este exato instante, aguardo com imensa ansiedade a completude do arquivo cibernético correspondente a “O Palácio dos Anjos” (1970), filme do Walter Hugo Khouri que eu não conhecia até a semana passada, mas que pretendo ver na tarde de hoje, como vingança por ser tão propositalmente abestalhado. Há pouco, fui urinar e, na pressa para verificar como estava o ‘download’, quebrei o zíper de minha calça. Não estou usando cueca, de maneira que precisarei caminhar mais de três quilômetros com a genitália à mostra (ou quase). Olhei para alguns títulos ofertados na prateleira de uma livraria localizada em frente ao banheiro em que me encontrava e deparei-me com uma obra de Augusto Cury, autor de auto-ajuda reverenciado pelos entediados pequeno-burgueses. Para alguns (os burgueses, em essência ideológica), existem os deméritos injustamente despejados contra o cinema extremamente autoral do Walter Hugo Khouri; para outros, a catilinária vendável do Augusto Cury é suficiente. Para mim, a ferida arde, mas não se vê. É ferida que dói e se sente. E a alegria é uma palavra de sete letras...

 Wesley PC>

(VÁLVULAS DE ESCAPE) – PARTE 2 DE 2: SEGUNDA-FEIRA PELA MANHÃ

Baixei “Dry” (1992), disco de estréia da cantora britânica PJ Harvey, na primeira oportunidade matinal e resolvi ouvi-lo enquanto caminhava para a Universidade. Infelizmente, a cópia que adquiri estava muito baixa e não pude analisar com o cuidado adequado um álbum que facilmente me conquistará. De supetão, o título da quinta faixa (“Happy and Bleeding”) me encantou, mas, dentre os baixos sons que penetravam com amargor e cólera os meus ouvidos, a canção que mais me atraiu a atenção em primeira pessoa foi “Plants and Rags” (faixa 09), com sua letra cuspida (“dreamt a man he fed me fine food, he gave me shiny things”), em dissonância com os acordes jazzísticos que pareciam competir com a voz da cantora, quando, na verdade, apenas reiterava a confusão que nos tomava (eu e ela) de assalto: tristeza e fúria perturbam!

 Promessa matutina do dia: assim que chegar em casa, baixo novamente o disco e faço questão de ouvi-lo em alto volume!

 Wesley PC>

(VÁLVULAS DE ESCAPE) – PARTE 1 DE 2: DOMINGO À NOITE

Às 20h05’, pontualmente, marquei de estar num lugar, diante da porta de alguém, houvesse o que houvesse. Chovia. Pouco antes deste horário, eu e minha mãe víamos “Reino Animal” (2010, de David Michôd), filme australiano elogiadíssimo pela crítica, cuja audiência eu protelei por bastante tempo. Não duvidava que o filme fosse muito bom, mas intuía que ele era hiperestimado por seus admiradores. Terminada a sessão, eu confirmei o que intuía. Mas, hoje, mais de doze horas após tê-lo visto, ainda sigo pensando neste filme: muito bom mesmo!

 Um detalhe que muito me chamou a atenção e que minha mãe fez questão de destacar é a vasta quantidade de cenas em que há um televisor ligado em volume alto: logo na primeira cena, quando Joshua Cody (James Frecheville), o protagonista adolescente do filme, chama uma ambulância para tentar resgatar a sua mãe, que teve uma overdose de heroína no sofá, as reviravoltas de um programa televisivo de perguntas e respostas parecem mais importantes que a morte iminente da mulher. Dito e feito: na cena seguinte, o filho da defunta toxicômana telefona para a sua avó, com que não se relacionava há muito tempo, e comunica-lhe a morte da filha dela. Acostumada a lidar com situações difíceis a partir de uma convocação oportuna de seu lado otimista, a mulher não se entristece com o fato, sendo coagida pela situação a convidar o neto para viver com ela. A família Cody, entretanto, é notória por suas atividades criminosas e Joshua logo se verá imerso numa espiral de imoralidade que o fará concluir de imediato: quem pratica atividades criminosas, sempre termina mal. Sempre!”. 

 Não sei se cabe aqui desvelar os acontecimentos do filme [eles são delicadamente surpreendentes: vejam-no!], mas adianto que ele ficará eternamente marcado em meu subconsciente como a obra de arte que apaziguou o meu ânimo após uma tarde de fúria e tristeza. Sentimentos exacerbados por um desentendimento inconsciente talvez, mas sentimentos reais, que estiveram dentro de mim e me perturbaram. E, lá fora, choveu, mas, às 20h08’, eu estava no local que disse que estaria. Sou assim: ninguém duvide!

 Wesley PC>

domingo, 29 de julho de 2012

O ETERNO DESAFIO DAS EXPECTATIVAS...

Na madrugada de hoje, meu irmão chegou aturdido em casa: havia atropelado uma garotinha, às 2h, em sua motocicleta. Por sorte, ela não sofreu nenhum dano grave, enquanto meu irmão apenas feriu a perna durante a queda decorrente do impacto. Ainda assim, não consegui parar de pensar neste incidente até cair no sono...

 Sonhei que eu era mulher. Lésbica e bonita, mas perseguida por um assassino homofóbico. Despertei assustado, obviamente. Ouvi o disco do Otto que baixei ontem, vi um filme ruim, e aguardei o horário do almoço para me arrumar para ir à praia com um amigo. Às 17h, ainda estava em casa. Acidentes acontecem...

Na tarde de ontem, vi um filme aparentemente idiota [“O Despertar da Adolescência” (2003, de Michael Burke)] que se revelou bastante dramático: um garoto solitário e afeiçoado às galinhas depois que a mãe morreu apaixona-se sem perceber por um vizinho embrutecido. Fazem sexo, quase sem querer, numa noite de bebedeira e, numa situação delicada de opressão coletiva, o segundo ameaça torcer o pescoço da galinha de estimação do primeiro. Um clímax dramático doloroso: o rapaz que o personagem do corajoso Emile Hirsch deseja está prestes a assassinar um dos seres vivos que ele mais ama. Como o filme resolve isso? Digamos que estou impactado até agora: o protagonista simplesmente arranca a cabeça da galinha com a boca! E só assim ele pode se sentir livre para começar tudo de novo... É assim que se resolvem os problemas com expectativas não concretizadas?

Wesley PC>