sábado, 29 de setembro de 2012

...E QUE O TEMORZINHO VIRGINAL DE FINAL DE SEMANA VIRE OUTRA COISA: AMOR!

Na noite de ontem, cheguei em casa depois de uma maravilhosa sexta-feira entre amigos. Liguei a TV enquanto jantava e assisti a um filme belga sobre o qual nunca tinha ouvido falar nada. A sinopse acostada à programação da TV fechada estava errada, inclusive, mas eu gostara do título: “O Último Verão” (2007, de Joost Wijnant).

De início, o histrionismo do ator Robrecht Vander Thoren (o primeiro na foto, da esquerda para a direita) me irritou, mas os demais atores eram bonitinhos, valeu a pena arriscar mesmo assim: tratava-se da estória de quatro amigos virgens que se sentem livres depois que os pais de um deles viajam. Instalam-se em sua casa, buscam pornografia e bebidas alcoólicas, atiram em galinhas com espingarda de espoleta, divertem-se como podem. Até que uma rapariga insatisfeita com o tratamento paterno se instala entre eles. E, de repente, a possibilidade de utilizá-la para saciar as suas vontades eróticas engendra um jogo de Verdade ou Conseqüência que, entre outras coisas, faz com se erija a percepção homossexualidade saudável entre dois amigos. Saí da sessão encantado, inclusive por causa do belo uso de sua trilha sonora de ‘post-rock’: uma belezura!

 Era sábado quando eu terminei de ver o filme, que foi reapresentado no Eurochannel. Começo a chover. Tive um bom sonho e me sentia muitíssimo feliz por ter amigos. Que hoje seja um bom dia. Agora, em específico, já é!

Wesley PC> 

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

OU DE COMO É PROVIDENCIAL FOCAR NO QUE É REALMENTE IMPORTANTE!

Para além de qualquer divergência ideológica que eu tenha em relação aos posicionamentos discursivos do comunicólogo Arlindo Machado, acho seu “Pré-Cinemas & Pós-Cinemas” um livro obrigatório. Em dado momento, ele se pergunta “o que é um filme?”, diante da dificuldade contemporânea em se estabelecer os limites que diferenciam um produto relacionado à Sétima Arte daquilo que não é...

 O filme foi escrito em 1997 e, de lá para cá, a questão em pauta ficou ainda mais difícil de ser respondida. Diria até “impossível”, se eu ousasse recair num fatalismo desistente, mas a adoção de critérios subjetivos de avaliação ajuda a atenuar a crise inevitável que advém deste problema interrogativo. Quem me conhece, sabe que possuo diversos destes critérios taxonômicos (oriundos de meu TOC, inclusive), mas, mesmo de posse dos mesmos, senti-me diante de uma encruzilhada quando vi “A Inocência dos Muçulmanos” (2012, de Sam Bacile), ou que quer que se pareça com isso...

 Cognominado como Nakoula Basseley Nakoula, o diretor egípcio deste filme vive nos Estados Unidos da América e realizou uma obra absolutamente péssima e inclassificável, sob qualquer parâmetro que se queira adotar para tal. Mal-feito (só pode ser de propósito), mal encenado, mal-dirigido, mal-roteirizado, o filme causou protestos inflamadíssimos em nações do Oriente Médio, a ponto de engendrar mortes, atentados terroristas, processos judiciais e o banimento da ficha técnica do filme em sua página no Internet Movie Database (IMDb). Planeja-se que o filme jamais seja lançado em público. Até que ponto isso fere o que teimam em chamar de democracia

Assisti ao filme na manhã de hoje, na versão de 14 minutos disponível pela Internet. Na obra, uma introdução com várias imagens telejornalísticas de explosões ocasionadas por extremistas islâmicos segue-se ao assassinato revoltoso da filha de um médico egípcio e a uma biográfica mitológica pífia de quem seria Maomé, o profeta em nome do qual os islâmicos lutam. Beberrão, adúltero, pedófilo, pansexual e imbecilizado, este personagem comete atos de extrema violência, como decapitar as pernas de uma velhinha utilizando cavalos em diferentes direções e empalar judeus flagrados durante suas atividades religiosas. Nos momentos mais constrangedores do filme, Maomé conversa com um asno e apanha de suas esposas quando é flagrado com um criado adolescente. Impossível gostar daquilo

Filmado diante de uma paisagem desértica artificialíssima em ‘chroma-key’, as interpretações são constrangedoras e sumamente desrespeitosas. Não apenas me vejo diante de um grave problema de classificação (como designar este “filme”?) como de um problema de avaliação estética (como julgar esta aberração paranarrativa?). Apesar de entender plenamente a revolta dos opositores ao filme [por falta de palavra melhor, seguirei utilizando este termo quando me referir a “A Inocência dos Muçulmanos”], talvez eu insista em defender a necessidade de o mesmo ser visto por outrem, mas, por outro lado, para quê? Até mesmo quem compactua com os argumentos de ódio ridicularizador do filme, deve se insatisfazer com a sua estrutura básica ridícula, chinfrim, tosca ao extremo. O que o tal diretor deste filme quis dizer com isso? Se vingar contra alguém em específico? Parece um quadro humorístico televisivo de décima-quinta categoria, sem graça, abominavelmente realizado, sem foco definido nem em seus objetivos difamadores nem em seus chistes mais epidérmicos. Um despautério imagético de baixíssimo nível!

À guisa de conclusão, pergunto a mim mesmo: até que ponto isto deve ser tachado de “filme”? Até que ponto vale a pena ver esta obra? Por que proibi-la? Por que defendê-la? O que é uma obra de arte? O que não é (se é que existe algo realizado por mãos humanas que não seja)? Por quê? Por quê?! Processando ainda o que (não) vi, principalmente o que (não) vi... Ao meu redor, há questões tão mais importantes e urgentes para eu me envolver!

Wesley PC>

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

DRAMÁTICO, EU? E SE NÃO HOUVER MAIS VOLTA...?

Haja o que houver, precisarei de água! É tarde, eu sei - já deveria estar dormindo! - mas ainda preciso encher o filtro... Se houver volta, precisarei de água. Se não houver, também. Mas acreditarei que tenho fé, que, desta vez, eu posso resolver mais este problema engendrado por meus instintos incontidos. Confiando em mim mesmo,

Wesley PC> 

“TEM GENTE QUE PASSA A VIDA INTEIRA FODENDO COM A VIDA DOS OUTROS... POIS EU FODO COM A MINHA PARA PODER GANHAR A VIDA!”

Faz tempo que me recomendam “Elvis & Madona” (2009, de Marcelo Laffitte): “tu tens que ver este filme, Wesley! É a tua cara”, diziam-me. Quando eu soube que ele seria exibido num canal fechado nesta noite de terça-feira, não titubeei: é hoje que eu tiro a prova!

 Para falar a verdade, apesar da premissa inusitada da entregadora de pizzas lésbica que se apaixona por um travesti, não tinha muita confiança de que seria um bom filme, mas resolvi dar um voto de confiança pleno à produção. E, se a exposição da claquete na cena inicial me deixou positivamente apreensivo, a primeira aparição de Igor Cotrim como o travesti Madona e a trilha sonora original do filme não me animaram muito. Mas Simone Spoladore está tão fabulosa que eu logo me rendi: “quem sabe o filme não melhora do meio para o final?”

À medida que avança, o filme tanto melhora quando piora: fica muito bom quando discute questões de gênero e de aceitação social, mas descamba para o populacho quando se rende à comicidade canhestra ou a tramóias policialescas inverossímeis. Quando eu estava me empolgando com algum detalhe (admito: a gravidez de Elvis é um achado, bem como as canções que mencionam o casal protagonista!), vinha uma cena muito idiota (aquele filme pornô imitando o Egito antigo, por exemplo) e quase estraga tudo. Porém, se me pedirem para elogiar o filme, o faço de bom grado: não apenas minha mãe sorriu (e se emocionou) bastante durante a sessão como eu ouvi um providencial conselho por parte do travesti protagonista: “às vezes, a vida te tira tudo. Mas o que tu realmente precisas – ou mereces – ela dá de volta, no momento certo”. É nesse conselho que eu me fio!

Wesley PC>

terça-feira, 25 de setembro de 2012

A PAIXÃO INSUPORTÁVEL!

O ponto de exclamação no título acima não é casual: após a sessão de “Buffalo ‘66” (1998), filme dirigido pelo desengonçado Vincent Gallo, eu estava apaixonado. Não sei direito por quem ou por que, mas estava. Por mais insuportável que eu estivesse achando o personagem principal (muito parecido com alguém ao qual eu e meus amigos referimo-nos justamente como “o insuportável”), a devoção surpreendente da personagem de Christina Ricci a ele me encantou, me encheu de inveja saudável (se é que esta existe): deu-me vontade de fazer exatamente o mesmo!

 Na teoria, “Buffalo ‘66” funciona melhor que na prática: um ex-presidiário sai da cadeia após estar confinado por oito anos (tendo confessado um crime que não cometeu) e, no primeiro minuto fora da cadeia, enfrenta um dilema básico: quer urinar, não acha onde e um guarda não deixa que ele utilize o banheiro da prisão. Após diversos desentendimentos, rapta uma garota que estudava dança e pede que ela finja que é sua esposa, a fim de não decepcionar mais os seus pais, vividos por Anjelica Huston e Ben Gazzara. Ela não apenas anui como, ao longo do filme, vai se apaixonando por aquele homem bruto, que não permite que ela a toque, o beije, entre na banheira consigo ou demonstre qualquer afeto. Mas dizem que o amor é mais forte. Talvez aqui tenha sido: saí da sessão me sentindo completamente apaixonado!

 Antes do filme, eu havia sonhado que me interessava sexualmente por um rapaz recém-afligido por sífilis. Vou esperá-lo num bar, onde funciona um cinema improvisado, e sou cortejado por um graduado em Ciências Econômicas que estuda comigo no Mestrado. Ele alisa a minha bunda esquálida e diz que tem interesse em me namorar, mas eu me sinto “prometido” para outra pessoa, disse-lhe que iria pensar. Beijamo-nos brevemente, mas eu sou viciado na espera. E, afinal, acordei, temendo ser preso, querendo confessar algo (embutido de um largo ponto de interrogação) a alguém que também apareceu em meu sonho. A realidade, porém, não me permitiu: aceitei o insuportável como válido. Até agora, não me arrependi. Bonito filme!

 Wesley PC>

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

DEPOIS DE UM TEMPO, O EFEITO DO COLÍRIO ÁCIDO PASSA: COMO JUSTIFICAR QUE A VISÃO TURVA CONTINUA?

Numa pergunta: como?

Daqui a alguns minutos, voltarei a pé para casa, como sempre faço ao longo dos doze anos em que freqüento a universidade. Hoje, porém, será a primeira vez noturna que realizo este trajeto depois do assalto de quinta-feira. Não vou mentir: estou com medo. Não um medo de que ocorra algo em si, mas um medo de ter medo, um medo metalingüístico que pode me perseguir traumaticamente durante anos...

Há algumas horas, submeti-me a um exame oftalmológico, a fim de adiantar os preparativos para a compra de novos óculos. O exame, porém, surpreendeu-me deveras: meu grau baixou! Isso é normal? Não sei dizer. Sei que minha visão "turva" pode ir além (ou aquém) dos fatos emulados nesta postagem: não devo andar borocoxô! Mas... Quem disse que eu consigo o contrário? Sozinho, pelo menos, está dificílimo!

Wesley PC>

domingo, 23 de setembro de 2012

DESCOBRI! ENTENDI! ASSUMI PARA MIM MESMO, FINALMENTE...

Entretanto, convém assimilar primeiro todo o processo antes de me meter a comentar o que eu ainda não entendo, mas, na página 211 do livro que seguro em mãos, li, antes de dormir:

"O que torna as amizades indissolúveis e duplica seus encantos é um sentimento que falta ao amor: a certeza. Aqueles jovens tinham confiança mútua: o inimigo de um passava a ser o inimigo de todos, e eles deixavam de atender a seus interesses mais urgentes para obedecer à santa solidariedade de seus corações. Incapazes de uma covardia, podiam dizer um não terminante a qualquer acusação e defender-se mutuamente com segurança. Igualmente nobres no coração e fortes nas suas questões de sentimentos, conseguiam pensar e dizer-se tudo no âmbito da ciência e da inteligência; daí decorria a inocência daquela convivência, a alegria de tudo o que diziam. Certos de se desentenderem, divagavam à vontade; por isso, não tinham receios, confidenciavam dores e alegrias, pensavam e sofriam de peito aberto. A delicadeza encantadora que faz da fábula 'Dois Amigos' um tesouro para as grandes almas era habitual entre eles. A severidade na admissão de um novato no círculo é explicável. Tinham consciência demais da grandeza e da felicidade do grupo para perturbá-lo com o ingresso de elementos novos e desconhecidos".

Sem citar nomes ou causas e efeitos deturpados, grito aqui: é isto! Resolvido?

Wesley PC>