quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

DE QUANDO INTERSUBJETIVIDADE SE CONFUNDE COM INTEROBJETIVIDADE...


"Eu fiz uma canção cantando todo o amor que eu sinto por você 
Você ficava escutando impassível e eu cantando do teu lado a morrer
 E ainda teve a cara de pau de dizer, naquele tom tão educado:
 'oh! pero que letra más hermosa, que habla de un corazón apasionado'...

Pensei em nomear esta postagem PIADA INTERNA MUSICAL, mas o diálogo pessoal a que submeto textos de Jesus Martín-Barbero e Peter Sloterdijk que leio conjuntamente nesta semana de confusão acadêmica (leia-se: teimosia em não me deixar render por completo às imposições jactantes de meu orientador de Mestrado) me consola e me confunde e me desorienta e me salva e me redime e me persegue enquanto ouço este disco lançado por Caetano Veloso em 1979... Na quinta faixa, aliás, justamente aquele que se segue ao clássico "Menino do Rio", eu me vi internamente desnudado, com a alma revelada, confusa em suas pretensões de consolo e desorientação e salvação e redenção e perseguição oportunista passional (ou qualquer coisa que o valha). Existe confusão em "O Vampiro", existe confissão, existe lágrimas escondidas. Com exceção deste último ponto (quando há lágrimas, faço questão de revelá-las, de expô-las ao máximo, a fim de aprender com as mesmas), a canção parece ter sido composta especialmente para mim neste instante. Por isso:

"...é que eu sou um vampiro e, com meu cavalo negro, eu apronto 
E vou sugando o sangue dos meninos e das meninas que eu encontro 
Por isso é bom não se aproximar muito perto dos meus olhos 
Senão, eu te dou uma mordida que deixa na sua carne aquela ferida"

Aproxime-se, aproxime-se! Posso até ser um vampiro, mas, por dentro, tanto que eu tento ser bonzinho... Muito bom este disco: "Lua de São Jorge" (faixa 01), "Oração ao Tempo" (02), "Beleza Pura" (03), "Cajuína" (09), "Aracaju" (10) e "Badauê" (11) estão por aqui também! Mais explícito que isto, só se eu me apresentasse diante de um juiz e dissesse que sou inocente, arregimentando um clichê. Mais um dos eternos clichês que me sustentam enquanto eu os sustento... A verdade é um clichê: e eu sou desses que amam, nunca neguei!

Wesley PC>

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