segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

QUATRO QUADRADOS APRISIONAM MUITO MAIS DO QUE APENAS UM!


Na madrugada de hoje, fui afligido por algo que os meus amigos definem como “insônia improdutiva”. Depois de ter estudado bastante sobre deliberação midiática e de ter assistido à interessantíssima cerimônia de entrega dos prêmios dos sindicatos de atores hollywoodianos, não consegui dormir nem tampouco me concentrar nalgum filme exibido na TV, por mais leve que este fosse. Desesperado, deixei a televisão ligada por mais ou menos meia-hora num canal provisoriamente liberado, que registra, através de pretensas quatro câmeras simultâneas, os eventos ocorridos no interior da residência de luxo onde se desenrola o atroz ‘reality show’ Big Brother Brasil!

Não obstante ser obviamente contrário a este abominável programa, todos sabem o quanto sou culpado no que tange a uma legitimação basilar e prototípica do fundamento publicitário do programa: “dar uma espiadinha”. Sou um voyeur compulsivo: eu gosto de olhar! Pior: nutro uma vergonhosa tara (física, unicamente carnal, epidérmica e exterior) por um dos personagens do programa, o idiotizado Eliéser, engenheiro agrônomo goiano que, numa edição anterior do programa, confessou ter se masturbado por debaixo dos lençóis, numa descrição que inevitavelmente me excita até hoje.

Enquanto me esforçava para não prestar atenção ao que se desenrolava nas telas quadriculadas, torcia para que Eliéser fosse o primeiro a ir para o quarto. Dito e feito: ele despe-se vagarosamente e sensualmente, mas as câmeras vetaram o meu deleite doloso e focalizaram discussões insuportáveis e desnecessárias sobre os esquemas competitivos do jogo. Mais de uma câmera, aliás, focalizavam os mesmos personagens, enquanto Eliéser talvez estivesse punhetando novamente em seu leito. Fiquei irritado, desliguei a TV com raiva, mas, ainda assim, o sono não veio. Despertei chateado: culpa de minha submissão ao que de mais execrável existe na TV brasileira. Eu assumo!

Wesley PC> 

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