“Dizem que não há pecado em matar uma fera, mas sim em
assassinar um homem. Entretanto, onde acaba um e começa o outro?”
Depois de uma tarde de grandes e sutis emoções (uma reunião
com meu orientador ranzinza de Mestrado – que hoje sorria e me tratava com dignidade
docente -, um abraço numa garota simpaticíssima e recém-saída de um relacionamento
duradouro, uma conversa longa com um misantropo que nutre uma estranha
admiração intelectual por mim, o enfrentamento ocular positivo com um lindo sociólogo),
deitei-me no sofá de minha casa um tanto letargicamente e assisto ao péssimo longa-metragem
de horror “O Lobisomem” (2010, de Joe Johnston). Apesar da bela fotografia de
Shelly Johnson, do roteiro promissor (baseado num ótimo filme da década de
1940), da trilha sonora intensa do Danny Elfman, da atuação angustiada do Benicio
Del Toro e das aparições de Geraldine Chaplin como uma velha cigana, o filme é
constrangedoramente tedioso. Nem é tão longo, mas Anthony Hopkins está tão
vergonhoso em cena que o filme extenua (no pior sentido do termo)...
Para além de seus muitos problemas estruturais, a definição
do protagonista como um ator teatral vitoriano e as suas internações num
hospício cujo diretor mergulhava-o constantemente num tonel de água congelada impressionaram-me
deveras: ao final da sessão, os bons elementos do filme sobressaíram-se, não
obstante eu insistir que o filme é péssimo! E, se eu pareço um tanto macambúzio
enquanto escrevo é porque estou suando. Estava febril há pouco, mas o remédio
que ingeri deve estar fazendo efeito. Dormirei em alguns minutos. Espero ter
bons sonhos, cultivar o amor em meu subconsciente: o sociólogo em pauta disse
que eu tinha “uma libido obsessiva”. E o melhor: ele não achou isto ruim! O
ingênuo deve ser eu...
Wesley PC>
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