segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

POR FALTA DE PALAVRAS MELHORES...

Na manhã da próxima terça-feira, submeter-me-ei a um exame acadêmico onde será cobrada a minha apreensão sintética dos dados despejados pelo pioneiro Nelson Werneck Sodré no extenso livro “História da Imprensa no Brasil”. Não sei qual edição do mesmo eu estou lendo e não lembro o ano de publicação da mesma, visto que, até a sua morte em 1999, o autor reeditou e acrescentou novos capítulos a seu vasto painel sobre no jornalismo brasileiro, desde a era colonial até os nossos dias.

Apesar de ser leitura obrigatória para quem deseja se especializar em Jornalismo, o estilo do autor é cansativo, visto que ele se demora em enumerações titulares que confundem o leitor, ao menos, o leitor não tão espontâneo quanto eu agora, sujeito a uma avaliação de graduação que não me empolga tanto, por causa do enfado relacionado às aulas onde este livro foi apresentado. Deixa quieto: tudo isso é pretexto para confessar que estou com o meu telefone celular desligado há dois dias, como forma de ressignificar a afirmação do autor de que “a liberdade é um hábito”...

 Na manhã de hoje, assisti a um filme inesperadamente ótimo [“O Vôo” (2012, de Robert Zemeckis)], no qual o protagonista, na cena final, declara para alguns detentos que “pode até ser estranho, visto que estou atrás das grades, mas, pela primeira vez em minha vida, eu me sinto livre”. É mais ou menos algo que ronda a minha cabeça agora, uma cabeça oportunamente acostumada aos confinamentos, uma cabeça atormentada por pesadelos com assaltantes de rua e com a necessidade de se esconder em momentos de tensão, mas que, na manhã de hoje, sonhou que, ao ter uma bicicleta roubada por um trombadinha adolescente e bonito, é chantageado sexualmente a fim de obter novamente os produtos furtados.

 Acordei excitado (não necessariamente na perspectiva sexual), visto que, pela primeira vez em muito tempo, os meus temores persecutórios redundaram num convite aprazível, num encerramento dialogístico de minha virgindade genital, cuja possibilidade pós-onírica encheu-me de empolgação. Na vida real (aquela que vivemos e enfrentamos quando estamos acordados), a ameaça da prova, cujo assunto penetra meu cérebro com dificuldade, e as dificuldades de acesso ao meu querido e longevo fornecedor seminal, quiçá prestes a ser pai de uma garota viciada em vitimização, perseguem-me: isto é motivo para uma crise (por falta de palavra melhor)?

 Wesley PC>

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