segunda-feira, 4 de março de 2013

ULTIMAMENTE, DEI PARA FICAR NOSTÁLGICO...


Além do astro belga das artes marciais Jean-Claude Van Damme, do falso indígena televisivo Leonardo Brício e dos modelos de cuecas fotografados sem cabeça para a revista de vendas Hermes, um dos principais musos condutivamente masturbacionais de minha pré-adolescência foi o ator paulista Guilherme Leme. Protagonista da célebre telenovela “Vamp” (exibida em 1991 e reprisada em 1993, pela Rede Globo de Televisão), este astro em ascensão também chamou a minha atenção erótica quando interpretou um michê no filme “Anjos da Noite” (1987, de Wilson Barros), cujas cenas finais eu vira na TV Bandeirantes antes de sequer saber que era capaz de ejacular. Tendo acesso ao filme na manhã de hoje – graças ao canal pago Curta! – fiquei impressionado com a qualidade vanguardística do mesmo: o que teria sido de mim hoje se eu tivesse visto integralmente o filme quando imberbe? (risos)

No enredo do filme, diversas tramas se entrecruzam: a do referido prostituto juvenil (Guilherme Leme), que se apaixona por um executivo (Marco Nanini), mas se deixa seduzir pela ex-namorada atriz deste (Marília Pêra); a do diretor de teatro (Antônio Fagundes) que acha um cadáver no apartamento de um amigo quando tenta fazer sexo com uma jovem recém-chegada da Bahia por quem se apaixona; a da ricaça amante das artes (Zezé Motta) que permite que uma estudante de Sociologia (Bé Valério) assista a seus ‘videotapes’ particulares enquanto sua assistente (Aída Leiner) e um empregado atlético (Aldo Bueno) fazem sexo; a do delegado corrupto (Cláudio Mamberti) que pede para assassinar um executivo, mas não atinge êxito, degolando um inocente em seu lugar; a dos travestis (entre eles, um irritadiço Chiquinho Brandão)que dublam canções de Tetê Espíndola, Heitor Villa-Lobos, Liza Minnelli e Maysa no palco da boate comandada pela personagem de Eliana Fonseca; e por aí vai...

Para além dos diversos méritos técnicos e actanciais do filme, premiados em quase todos os festivais de cinema brasileiro da época, o que mais me impressionou nesta audiência tardia porém oportuna foram os sábios artifícios da direção, que confundia situações teatrais, eminentemente cinematográficas e musicalmente realistas numa mesma seqüência, sendo deveras exitoso em sua demonstração de que o que mais apavora aqueles personagens – e talvez nós, os espectadores – é o medo da solidão.

O propalado estilo “neón-realista” do filme me encantou deveras e, por algum motivo, também me trouxe à tona as experiências automonossexuais atreladas à telenovela “Despedida de Solteiro” (1992-1993), cuja foto de divulgação na revista Contigo! mostrava o quarteto central (os jovens Felipe Camargo, João Vitti e Eduardo Galvão e o maduro Paulo Gorgulho) de sunga, numa imagem que até é recordada com certa nostalgia seminal por mim. Foi ótimo (e erotógeno) ter revisto este filme pela manhã!

Wesley PC> 

2 comentários:

AmericoAmerico disse...

nossa q interessante essas suas lembranças! aposto q esses atores iriam ficar muito felizes de ler isto!

Gomorra disse...

Tomara...

Guilherme Leme ainda está vivo (risos), agora atua como diretor teatral e, apesar de ter mais de 50 anos, continua bonito e muito charmoso!

WPC>