domingo, 21 de abril de 2013

O AMOR OU A SUSPEITA OU O PÓS-BLOQUEIO E A MÚSICA:

Quando eu fico repetindo o mesmo disco muitas vezes, minha mãe logo desconfia que eu estou sob efeito dalgum problema, dalgum feitiço passional ou ambos. Dito e feito: nos últimos dias, “Lero-Lero” (2010), da paulistana Luísa Maita, não sai da minha lista de execução!

 Conheci esta cantora por causa do desengonçado (no mau sentido) filme “Estamos Juntos” (2011, de Toni Venturi), no qual ela aparece cantando justamente a faixa-título, a obra-prima do álbum, para além da simplicidade das gírias e expressões contidas em sua curta letra:

 “Quem vem ali, agora 
É lero-lero, olho no olho 
E nada mais

 Esse é do mesmo time 
Não tem pressa e nem atraso 
Tudo é em paz

 Parece o mesmo sangue 
Quando penso, o outro sabe 
Nem fala não 

E quando a vida aperta 
É lero-lero, olho no olho
 E me volta a paz 

Quero dizer: Valeu irmão! 
Quero dizer: Valeu irmão!
 E nada mais!” 

 Mas nem apenas de “Lero Lero” é composto “Lero-Lero”: as faixas 03 (“Aí Vem Ele”) e 07 (“Maria e Moleque”) são também excelentes, num disco que cumpre muitíssimo bem o que é emulado em suas demais faixas [“Alento” (02); “Desencabulada” (04); “Um Vento Bom” (09); “Alívio” (10); e por aí vai!], que vão além da fôrma de neo-MPB sambista e descolada ao qual a artista parece se encaixar... Muito bom este disco: minha mãe tem razão em estar desconfiada!

 Wesley PC>

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