Conforme já foi explicado, por conta de uma espécie de
simpatia pró-dissertativa, eu estava consumindo apenas livros e filmes
produzidos no Brasil. Tendo estabelecido como ponto de corte cronológico a
tarde de sábado, quando imergi numa obra-prima griffithiana, posso respeitar
novamente a internacionalização da arte. Porém, ainda não encontrei o objeto
artístico que se sobressaia aos petardos brasileiros de que me alimentei nos últimos
dias. Mas, para a terça-feira vindoura, já tenho trunfos norte-americanos e
russos debaixo de minha manga...
Antes que a terça chegue, exerci a transição
reinternacionalizante através de um disco que baixei na tarde de ontem, por
conta de uma indicação distanciada de um programador de cinema local: o disco “É
o que Temos” (2013), da carioca Bárbara Eugênia.
Logo de cara, achei a sonoridade do disco similar àquela em
que Karina Buhr se especializou (não obstante as marcantes diferentes
regionais): a faixa de abertura, “Coração”, poderia muito bem estar em “Longe
de Onde” (2011), em especial no que diz respeito ao uso do refrão, sobre a
aquisição de um colar de pérolas com vistas ao embelezamento da pessoa amada.
Entretanto, a segunda faixa do disco me irritou: a regravação de “Porque
Brigamos” encetada pela cantora é absolutamente desnecessária em seu pretenso
refrão ‘rocker’. Sorte que a faixa 03, “Roupa Suja” (num dueto com Pélico) é bacana.
Aliás, esta foi a faixa através da qual eu conheci a cantora!
O restante do disco é irregular porém provido de interesse. O
motivo de eu ter me referido a uma reinternacionalização da arte desde o início
é que o disco contém diversas faixas em inglês e francês. Mas a obra-prima do
mesmo é justamente aquela que, pelo título, me parecia a mais descartável, “Ugabuga
Feelings” (faixa 08), em que ela se refere a um “moço da cara boa”, que a faz
rir, que a socorre, que projetou em mim, enquanto ouvinte, justamente os
clamores que eu destino a potenciais amantes (platônicos): “eu olho pro teto e
digo. ‘ai, ajuda! Ai, ajuda eu!’” (...) “Faço de conta que não me abala nada/
faço de conta que não me desagrada” (...) “Me dá um cheiro aí e um abraço lá!”.
Ai, ai...
Ouvi o disco duas ou três vezes nesta noite de domingo.
Oficialmente, é apenas mediano, mas esta faixa mexeu com o meu coraçãozinho
oprimido pelas necessidades quantitativas de uma dissertação passional
pendente. E que venha a entrega, a reintegração e os sorrisos...
Wesley PC>
Um comentário:
espero de coração aberto que suas aflições dissertativas não o esfole tanto como aconteceu comigo! quanto a Bárbara Eugênia ouvi alguma coisa mas como tudo que é feito hoje em dia carece de paixão! e inclivel sua capacida de "seguidor" precisamos voltar as sessões especiais aqui em casa!
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