segunda-feira, 3 de junho de 2013

UM DISCO DE TRANSIÇÃO NOTURNA...

Conforme já foi explicado, por conta de uma espécie de simpatia pró-dissertativa, eu estava consumindo apenas livros e filmes produzidos no Brasil. Tendo estabelecido como ponto de corte cronológico a tarde de sábado, quando imergi numa obra-prima griffithiana, posso respeitar novamente a internacionalização da arte. Porém, ainda não encontrei o objeto artístico que se sobressaia aos petardos brasileiros de que me alimentei nos últimos dias. Mas, para a terça-feira vindoura, já tenho trunfos norte-americanos e russos debaixo de minha manga...

Antes que a terça chegue, exerci a transição reinternacionalizante através de um disco que baixei na tarde de ontem, por conta de uma indicação distanciada de um programador de cinema local: o disco “É o que Temos” (2013), da carioca Bárbara Eugênia.

Logo de cara, achei a sonoridade do disco similar àquela em que Karina Buhr se especializou (não obstante as marcantes diferentes regionais): a faixa de abertura, “Coração”, poderia muito bem estar em “Longe de Onde” (2011), em especial no que diz respeito ao uso do refrão, sobre a aquisição de um colar de pérolas com vistas ao embelezamento da pessoa amada. Entretanto, a segunda faixa do disco me irritou: a regravação de “Porque Brigamos” encetada pela cantora é absolutamente desnecessária em seu pretenso refrão ‘rocker’. Sorte que a faixa 03, “Roupa Suja” (num dueto com Pélico) é bacana. Aliás, esta foi a faixa através da qual eu conheci a cantora!

O restante do disco é irregular porém provido de interesse. O motivo de eu ter me referido a uma reinternacionalização da arte desde o início é que o disco contém diversas faixas em inglês e francês. Mas a obra-prima do mesmo é justamente aquela que, pelo título, me parecia a mais descartável, “Ugabuga Feelings” (faixa 08), em que ela se refere a um “moço da cara boa”, que a faz rir, que a socorre, que projetou em mim, enquanto ouvinte, justamente os clamores que eu destino a potenciais amantes (platônicos): “eu olho pro teto e digo. ‘ai, ajuda! Ai, ajuda eu!’ (...) “Faço de conta que não me abala nada/ faço de conta que não me desagrada” (...) “Me dá um cheiro aí e um abraço lá!”. Ai, ai...

Ouvi o disco duas ou três vezes nesta noite de domingo. Oficialmente, é apenas mediano, mas esta faixa mexeu com o meu coraçãozinho oprimido pelas necessidades quantitativas de uma dissertação passional pendente. E que venha a entrega, a reintegração e os sorrisos...


Wesley PC> 

Um comentário:

Jadson Teles disse...

espero de coração aberto que suas aflições dissertativas não o esfole tanto como aconteceu comigo! quanto a Bárbara Eugênia ouvi alguma coisa mas como tudo que é feito hoje em dia carece de paixão! e inclivel sua capacida de "seguidor" precisamos voltar as sessões especiais aqui em casa!