quinta-feira, 11 de julho de 2013

"EU ME SINTO NUMA PRISÃO... EU NÃO CONSIGO SAIR!"

Tal qual o faz em diversos outros filmes, em "As Intimidades de Analu e Fernanda" (1980, de José Miziara), Helena Ramos interpreta novamente uma mulher oprimida pelos vínculos matrimoniais. Casada com um homem que a trai continuamente, alegando estar trabalhando, ela se apaixona por outra mulher, depois que a narrativa do filme dá a entender que, após uma briga, o marido havia se suicidado. A mulher por quem a protagonista se apaixona, entretanto, é patologicamente ciumenta, uma mulher absolutamente perigosa. Quando a flagra fazendo sexo com um homem que a assediava constantemente, a protagonista foge por uma praia, desesperada, chorando... Acaba se entregando a um pescador rude, interpretado por Maurício do Valle, numa cena vigorosa de estupro. Ao final, a amante lésbica da personagem é assassinada, por conta das perseguições atreladas ao seu "amor doentio" (para utilizar a expressão adotada por meu sobrinho, que assistia ao filme comigo e repetia o jargão dialogístico que intitula esta publicação), de modo que a protagonista talvez vá para uma prisão de verdade, onde repetirá pela terceira vez a confissão angustiada que parece persegui-la em todos os relacionamentos amorosos a que se entregou... Tem gente que parece predestinada: o excerto literário belíssimo que pontua a aproximação entre as personagens-título que o diga!

Wesley PC>

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