terça-feira, 27 de agosto de 2013

A ASSUNÇÃO JORNALÍSTICA DAS RESPONSABILIDADES (UMA PERSPECTIVA INTERNA):

Enquanto, lá fora, o assunto mais comentado por aqueles que se dizem preocupados com a vinda de médicos cubanos para o Brasil, numa dicotomia entre os que os consideram "salvadores" e aqueles que os tacham de "invasores", aqui dentro de minha consciência, o que persiste latejando é como eu posso dirimir os problemas advindos de uma pretensa ousadia expressiva, condenada por não se coadunar às normas da Academia: visando a um objetivo confessional e metafórico de nudez cognoscitiva, expus-me despido num 'slide' da apresentação de meu protótipo de dissertação de Mestrado, prestes a ser qualificada. Aparentemente, obtive êxito no efeito-surpresa pretendido e, para a minha surpresam o tal ato não foi sequer mencionado na avaliação do meu trabalho. Era "algo totalmente fora de contexto", conforme me explicou posteriormente uma das professoras convidadas para a Banca Avaliadora. Não me preocupei tanto com isso, portanto. Estava feliz porque fora positivamente qualificado...

Dois dias depois, recebo um e-mail de minha então orientadora, dizendo para mim que, se o meu intuito foi chamar a atenção para o meu trabalho ou para a minha pessoa, escolhi "a pior forma possível". OK, não vou discordar disto. Para além dos julgamentos de valor embutidos na condenação discente de meu ato, intencionalmente, pretendia estender um chiste, contrabalançar a pujança do que o meu objeto de pesquisa, o erotismo contestatório, causa em mim. Pensava que não tinha ofendido tanto às pessoas presentes - até porque muitos deles já sabiam que eu anunciara fazer algo semelhante, o que nunca foi condenado nos fotogramas de seminudez pessoal inseridos em trabalhos acadêmicos - mas as reações dos professores foram unânimes na rejeição do ato. Minha orientadora deixou de ser "minha orientadora" por causa dele, inclusive. É o ônus que devo carregar para o meu aprendizado futuro acerca do que houve, donde mantenho firme a minha decisão de não repetir o gesto em minha defesa, supondo que seja permitido que eu continue com a minha pesquisa. Como bem disse uma das professoras com quem conversei, o meu maior erro "foi misturar as regras de diferentes esferas", no caso, a Academia e os padrões de sociabilidade um tanto excêntricos que me cercam. Este erro eu assumo, do mesmo modo que garanto-vos que o meu intuito provocatório não foi tão vilanaz quanto insistem em alegar. Devo saber muitíssimo pouco desta vida... Mas é errando que se aprende!

Wesley PC>


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