Sim, estou a ouvir “Sábado” (2013), o disco mais recente e
criticamente difamado do cantor carioca Cícero Rosa Lins, conhecido apenas pelo
prenome. Não achei tão ruim quanto dizem. Na verdade, apesar de admitir que há
um quê de repetitivo na emulação melancólicas do álbum, as faixas de abertura (“Fuga
nº 3 da Rua Nestor”) e de encerramento (“Frevo por Acaso”, de onde extraí o
título desta publicação) são muito boas. A letra de “Ela e a Lata” (faixa 03)
também: “e a pouca vida desafiando/ a velha vila velha/ as pernas magrelas/ as
pernas magrelas/ as pernas magrelas/ a bagunçar”... Ah, eu gostei!
“Se você não estiver amando
Deixa a gente amanhecer
Se você não estiver olhando
Deixa eu só olhar você
[...]
Mas se o tempo der
Posso avarandar seu tédio
Se você puder
Posso visitar seu prédio”...
(faixa 06, “Por Botafogo)
Estou ouvindo o disco pela segunda vez (ele tem apenas dez
faixas, dispostas ao longo de vinte e nove minutos) e, apesar de ser inferior
ao antológico “Canções de Apartamento” (2011), não merece ser desprezado. Junto
à obra anteriormente resenhada do Placebo, este disco é aquele que dá a trilha
sonora do meu atual estado de espírito, depois de ter superado uma barreira no
Mestrado, dentre as várias que ainda me aguardam. O detalhe nestas barreiras:
os meus supostos comportamentos imorais estando à frente de meus esforços
intelectuais. Está tudo errado e, ao que parece, eu compactuo com o sistema ao
insistir em permanecer na Universidade. Ou talvez não. Pelo sim, pelo não, juro
fazer a minha parte...
Wesley PC>
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