quinta-feira, 12 de setembro de 2013

PARA UM AMIGO DOENTE E CANSADO E OUTRO CANSADO:

Incrível como alguns filmes chegam no mais certo dos momentos sem que esperemos, sem que percebamos...

Optei por ver "Mamute" (2010, de Gustave de Kervern & Bênoit Delépine), na tarde de quinta-feira, por mera casualidade. Havia acordado, depois de passar a madrugada me divertindo, pouco antes de o filme ser exibido no Canal Arte1 e me interessei pela sinopse sobre as dificuldades enfrentadas por um funcionário de matadouro de porcos para se aposentar. Ele precisa visitar várias cidades da França, nas quais viveu e trabalhou em sua juventude, a fim de buscar documentos que ajudem a demonstrar o seu tempo de serviço. Lidando com as animosidades das pessoas com quem se depara no caminho, o rústico porém doce protagonista é assombrado por uma ex-namorada morta (Isabelle Adjani, linda e exuberante como sempre) e encontra tempo para masturbar um primo internado num asilo, encontrando carinho, compreensão e motivação graças a uma sobrinha com talento artístico vanguardista. Volta para casa e descobre que o amor de sempre necessitara sempre esteve lá... Um filme simples, mas lindo!

Enquanto me emocionava durante a exibição, lembrava de dois amigos particularmente afligidos pelo cansaço trabalhista: um deles adoeceu e, por conta disso, acentuou ainda mais o negativismo rabugento de seu comportamento tendente ao derrotismo voluntário; o outro enfrenta problemas familiares, horas extras em seu trabalho como terapeuta holística e preocupa-se com a violenta subsunção de alguns amigos próximos à cocaína. E eu pensava muito neles enquanto Gérard Depardieu, beirando os 61 anos de idade, percorria as estradas francesas em sua motocicleta antiga. O filme era dedicado a seu filho Guillaume Depardieu, que faleceu em 2008, aos 37 anos de idade, por conta de complicações de uma pneumonia. Segundo o apresentador da sessão televisiva em que o filme foi exibida, isto explica o tom amargo do filme. De minha parte, achei "Mamute" um verdadeiro estímulo à aceitação da felicidade cotidiana. Ao final, eu me sentia feliz... E desejoso de que meus amigos descansem, sorriam, assumam-se felizes!

Wesley PC>

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