Vi “As Praias de Agnès” (2008, de Agnès Varda) há algumas
horas, mas continuo sob efeito do filme. Uma obra-prima de completa imersão
especular no amor, nas memórias que lembram moscas confusas, nas ereções
compartilhadas, no direito de protestar a favor do aborto mesmo quando se está plenamente
satisfeita com a própria gravidez... Incrível o quanto este filme é genial e
atesta a suprema genialidade de sua realizadora, cujos filmes são, sobretudo
sobre si mesma, sobre a paixão perpétua pelo falecido marido Jacques Démy
(1931-1990), sobre a “ilha de carinho” que é a família. Queria poder escrever
muito mais sobre este filme, sobre o que ainda sinto após a sessão, mas estou
encantado, assolado por uma leseira que se confunde com a suma felicidade,
cotidiana e fugaz, perene e intangível. Se eu já era completamente apaixonado pela
cineasta antes, agora, neste exato instante, eu sou devoto, admirador contumaz,
vardiano, pura e simplesmente!
Wesley PC>
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