quarta-feira, 30 de outubro de 2013

“AH, NÃO VAI ME DIZER QUE NO CEARÁ NÃO TEM DISSO!”

Não conseguindo dormir direito, por conta de uma luxação em meu ombro direito, levantei da cama às 4h45’. Liguei a TV e me deparei com uma chanchada do Watson Macedo: “É Fogo na Roupa” (1952). A minha afeição pelo diretor mais que justificava a minha atenção, mas este filme tinha um diferencial singular: havia um personagem homossexual, o cabeleireiro Quincas, interpretado por Antonio Spina.

 A trama do filme é centrada num Congresso de Mulheres Casadas, que querem impedir que seus maridos pratiquem atos adúlteros. A presidenta é uma paraibana invocada que recebe o nome de Madame Pau Pereira (interpretada pela divertidíssima Violeta Ferraz), que tem como proposta a imposição da pena de morte aos infiéis. Quincas é convencido por um de seus contratadores a penetrar da reunião e sabotá-la. Ele faz a representante do Piauí adormecer e, vestido convincentemente de mulher, defende aplicações menos violentas, como a greve de sexo, por exemplo. Ele é expulso da reunião. E eu ri vendo o filme. Muito bom, como tudo o que o diretor faz!

 Como toda chanchada, o forte são os números musicais: há um sobre o encontro entre Jezebel e Belzebu (de onde surge um Sururu); e outro em que Ankito, em seu primeiro longa-metragem, canta “um rapaz no automóvel/ com uma mão na direção/ há uma moça do seu lado/ ninguém vê a outra mão”. Muito engraçado! Adelaide Chiozzo também está imponente em suas aparições, bem como a intérprete da Condessa de Buganville (Heloísa Helena). Pena que a seriedade e má interpretação do pianista Bené Nunes comprometam as suas aparições. Mas que foi um excelente sucedâneo para a minha insônia este filme, ah, foi!

 Wesley PC>

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