segunda-feira, 28 de outubro de 2013

“ASSIM É A AURORA” (1956, de Luis Buñuel).

O filme menos autoral do cineasta, dentre os que eu vi até agora. Mas há um adultério. Um amor sincero que emerge após um desmaio desencadeado pelo tédio burguês. Um médico preocupado com as causas sociais. Um velho que tenta estuprar uma criança e é preso. Gatos. Muitos gatos. Um viúvo jovem, bonito e desesperado. O sol que insiste em nascer, dia após dia. Um homem rico que explora seus empregados mas afaga carinhosamente a esposa e a filha pequena. Talvez ele tenha um caso com uma enfermeira. O que importa é que, mesmo sendo comunitariamente vilanaz, ele é assassinado diante de quem o ama...

Não consegui dormir. Estava tão ansioso quanto carente. Ontem, brinquei que defloraria meu ânus no meu vindouro aniversário de 33 anos. O sol nasceu cedo. Clareou. Eu despertei. Assisti a um programa televisivo sobre a ótima discografia de Marisa Monte. Barulhos no portão. Hora dos proletários irem para os seus respectivos empregos. Um menino bonito – e/ou que amo – sai de casa, em sua motocicleta. Camisa vermelha da farda, calça preta realçando as suas formas calipígias e genitais. Um homem tão sensual quanto imponente, em suma, mas que sequer dignou-se a olhar para mim, desejando-o através das grades. Eram 6h29’ da manhã. No fogão, um cuscuzeiro...


Wesley PC> 

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