terça-feira, 15 de outubro de 2013

SÍNTESE DE UMA VIAGEM PARAIBANA (ATRAVÉS DA BOCA DO LIXO):

Minha mãe é paraibana. Um de meus vizinhos favoritos também. Por esses e muitos outros motivos, a minha recente viagem a João Pessoa foi permeada por impressões e sensações que antecipavam o que eu experimentaria academicamente, já que o meu intuito principal era participar de um congresso sobre sexualidade e defender a Boca do Lixo paulistana numa palestra improvisada com estudantes interessados da UFPB. Porém, em João Pessoa eu fui muito mais feliz do que previra...

 Além de ser magistralmente acolhido por dois ótimos e diferentes tipos de anfitriões, conheci uma turma engraçadíssima de espanhóis (um deles, um semi-basco belíssimo) e tive a oportunidade de assistir a dezesseis filmes, sendo quinze deles inéditos e vários pertencentes à Boca do Lixo. No ultimo final de semana da viagem, inclusive, mergulhei numa maratona fílmica ao lado de minha inteligente anfitriã, a fim de compararmos conjuntamente as pornochanchadas (cariocas) e os filmes de gênero da Boca do Lixo. Nesta maratona, dois filmes chamaram elogiosamente a nossa atenção: o primeiro deles foi o faroeste tupiniquim “A Filha do Padre” (1975), protagonizado e dirigido por Tony Vieira; o segundo foi o hilário “Hospital da Corrupção e dos Prazeres” (1985, de Rajá de Aragão, outrora assistente do Tony Vieira, coincidentemente).

 Terei mais de uma oportunidade para comentar os méritos do primeiro filme, deveras cultuado, mas preciso declarar o meu afeto risório pelo segundo, absurdamente crítico e brilhantemente ousado em suas cenas toscas de sexo explícito, que incluem desde a manipulação sensual de um cu com gonorréia até a escandalosa ejaculação sobre pedaços de carne bovina, que, assim, é anunciada “fresca e temperada” num açougue. Mas nada se compara à funcionária que engancha uma garrafa na vagina enquanto se masturbava com ela. Tragicomicamente hilário! E olha que o roteiro do filme é, de fato, uma denúncia ainda infelizmente atual à corrupção hospitalar, em que um paciente tem um quisto removido e é obrigado a declarar que teve a sua perna amputada. O desfecho anti-corrupto é primoroso, ainda que utópico. Terei muito a falar sobre este filme ainda...

Por ora, antecipo que esta postagem é uma declaração de que estou de volta! Não pude publicar nada neste ‘blog’ quando estive viajando, mas, aos poucos, recupero o ritmo. Ainda me sinto feliz, muito feliz por tudo o que experimentei na Paraíba. Ai, ai...

 Wesley PC>

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