Quando me pediram para assistir ao primeiro episódio da ‘web-série’
“502/501” (2013), dirigida pelo meu amigo Joel Costa, fiquei apreensivo: tinha
medo de não gostar, de ser agressivo em minha crítica. O tom exageradamente
adolescente da sinopse e das descrições dos personagens me desagradava
previamente. Porém, tinha de arriscar. E, apesar de, conforme eu suspeitava,
ter desgostado, há ao menos uma seqüência excelente no episódio, justamente
aquela protagonizada pelo diretor, que interpreta um trombainha que ameaça
ostensivamente uma das garotas que protagonizam a série...
Achei o episódio forçado, o roteiro indefinido entre o humor
e o romantismo e desgostei do trabalho do elenco, apesar de ter apreciado o forte
sotaque nordestino que eles possuem. No segundo episódio, que vi na noite de
ontem, tive de dar o braço a torcer: o roteiro melhorou bastante. O charme
superlativo de Lukas Reis, enquanto intérprete do ‘nerd’ Caio me conquistou,
tanto quanto a presença em cena forçadamente erotizada de Plínio Bitencout como
o antonomasiado Forte me repelia. Porém, o melhor momento deste segundo
episódio é, sem dúvida, quando a patricinha Nicole (Carla Alencar, muito boa em
sua estereotipia proposital) se embebeda, tasca uma música brega na radiola de uma
festa tediosa e se insinua para um embasbacado admirador. Ri muito. Pena que a
situação pretensamente dramática seguinte trouxe à tona aquilo que acho mais
problemático no enredo: os embates afetivos da neurótica Marina (Larissa Cavadas)
e da apagada Júlia (Amanda Inês). Não obstante o diretor ter encerrado o
episódio de forma sagaz, quase interrompendo bruscamente um diálogo de efeito,
esta pendenga de melhores amigas apaixonadas pelo mesmo rapaz (no caso, Forte)
não me convenceu. Para piorar, Caio está apaixonado por Marina, o que assegura
que situações semelhantes a esta conversa série entre amigas se repetirão nos episódios
vindouros... De minha parte, aprecio bem mais as cenas cômicas (risos).
A trilha sonora dos episódios contém os sucessos ‘pop’
anglofílicos que o diretor tanto aprecia, mas ele surpreendeu ao utilizar uma
canção da banda sergipana Elisa como música-tema de abertura. Sendo bastante
sincero, aliás, não acho a direção do seriado ruim. Apenas desengonçada. Tenho certeza
que, à medida que os episódios avançarem, o diretor cumprirá o que ele me
assegurou em conversa pessoal: que melhorará, pois está fazendo exatamente
aquilo que ele deseja fazer. Para além de nossas divergências apreciativas, é
isso o que conta pontos para mim!
Wesley PC>
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