sexta-feira, 24 de maio de 2013

"O DESCONHECIDO DO LAGO" (2013, DE ALAIN GUIRAUDIE): ATÉ ENTÃO, O FILME DA SAFRA CANNES 2013 QUE MAIS QUERO VER!

Na trama do filme,uma bem-vinda mixórdia de gêneros: um homossexual vai a um balneário em busca de sexo indiscriminado com outros homens, mas fica completamente atraído por um banhista que pode ser um assassino perigoso... O clima de tensão avança, o erotismo segue-se firme, a nudez dos atores é contextualmente abordada e a promessa de entretenimento e identificação profunda é garantida. Quero muito ver este filme!

Wesley PC>

OS ALTOS E BAIXOS DA VIDA OU O QUE IMPORTA É A AMIZADE E, CARAMBA, COMO EU GOSTO DO SIDNEY LUMET!

Sentindo-me um idiota, o que não configura o maior dos problemas, eu me entusiasmava diante de “O Mágico Inesquecível” (1978, de Sidney Lumet), exibido na TV Cultura na noite de ontem. Minha mãe havia preparado uma deliciosa sopa e, à distancia, uma querida amiga grávida enviava-me mensagens de enfrentamento: ela se sentia borocoxô, mas, aos pouquinhos, se recuperava de seu mal-estar emocional e era impregnada pelo amor verdadeiro que eu sinto por ela. Tal qual aprendemos no filme, o Mágico de Oz, apesar de sua charlatanice, permitia que descobríssemos que já possuíamos aquilo de que mais precisávamos: a coragem, a capacidade de se emocionar e a inteligência não se entregam de bandeja, mas se descobrem, surgem em momentos providenciais, quando são requeridas... O mundo é bom!

 Wesley PC>

quinta-feira, 23 de maio de 2013

SOBRE NÃO SABER O QUE SOU OU TALVEZ NEM PRECISE (MAIS) SER...

Uma das reflexões mais profundas a que me submeti durante esta inesquecível viagem a Goiânia foi a dificuldade hodierna em estabelecer a minha condição de classe: depois de ficar quatro horas preso num aeroporto, por conta de um atraso, senti-me irmanado com aquelas pessoas ricas desesperadas para chegarem aos seus destinos. Havia velhos, mulheres recém-chegadas dos Estados Unidos da América com crianças de colo nos braços, grávidas, professores universitários, usuários de remédios que custavam mais de R$ 1.000,00, e eu, observando toda a baderna que se instaurou, sem saber o que fazer. Ofereceram um ônibus para continuar o trajeto de Brasília até Goiânia, mas esta solução precipitada causou polêmica e ira entre os passageiros confinados no aeroporto. Com razão, aliás. E eu lá no meio...

 Apesar do atraso, cheguei em segurança ao meu destino e vivi como um príncipe popular por alguns dias. Sorri e amei, fui feliz e assim continuo. Mas não sei mais como me definir enquanto associado a uma determinada classe social: desde que me entendo por gente, sinto-me merecedor da pecha de pobre, no sentido aquisitivo do termo. Hoje, outras preocupações me dominam...

 Pensei novamente nestas questões na tarde de ontem, quando uma vizinha mais velha que me molestara sexualmente na infância perguntou se eu havia “pego” alguma guria quando estive na capital de Goiás. Ao invés de uma resposta direta e irritada, preferi conversar com ela sobre as nossas diferenças de valores e anseios. Ao final do diálogo, ela estava tão (ou mais) reflexiva quanto eu...

 Não obstante eu ter odiado o filme “Cores” (2012, de Francisco Garcia), que vi lá em Goiânia, ao lado de amigos e de um muso de beleza incandescente, a minha resistência discursiva em relação ao mesmo foi trazida à tona: em minha opinião particular, o que engendra uma paralisia na pobreza (em qualquer sentido do termo) é a opção voluntária por isto: no filme, seus três personagens medíocres escolhem permanecer no vazio em que arrastam as suas vidas. E, para além das deficiências formais do filme, foi isso o que mais me distanciou dele, o que mais me irritou. É um filme ruim (este foi o consenso entre os espectadores da sessão), mas, para mim em particular, ele funcionou um pouco em sua obviedade. Pena que este seja exatamente o seu maior defeito: ao invés de diagnosticar a ruína de uma geração, associar-se a ele, imitá-la naquilo que ela tem de mais pútrido! Fazer o quê? Foi a escolha dos responsáveis pelo filme...

Wesley PC>

quarta-feira, 22 de maio de 2013

"ENTÃO, EU ESCUTO..."!


Depois de cinco dias de puro êxtase viajante na cidade de Goiânia, capital de Goiás, voltei a Aracaju na madrugada de hoje. Em meu coração, misturavam-se diversas satisfações, associadas a tudo de bom que experimentei naquela cidade: seus habitantes são de uma generosidade tão impressionante que vai ser difícil moderar os elogios neste arremedo de texto. E a beleza física de alguns deles? Como diria o mancebo encantatório da foto, "nooooossa!".

Oficialmente, ainda estou a me organizar pensamentalmente e a me reacostumar  ao local que vivo, que também considero um local maravilhoso, digno de meus elogios vivazes. Mas as lembranças persistem, os anseios, o frenesi... Fiquei triste no que diz respeito ao baixo aproveitamento das possibilidades locais: em quase todas as sessões de cinema que compareci em Goiânia, as salas estavam vazias, numa dela chegando ao cúmulo de haver somente eu e meus dois acompanhantes. Como pode? Mas eu prometi que voltaria a este local, não apenas para conversar demoradamente com o inteligentíssimo rapaz da foto, mas para aprender com todos eles, para interagir e crescer... E, aproveitando a deixa do Secos & Molhados que vazava dos lábios do garoto em pauta: para escutar, sobretudo para escutar!

Wesley PC>