sábado, 2 de novembro de 2013

LOAS INESPERADAS, DESEJO SUBCUTÂNEO: EU ACEITO AS MIGALHAS QUE ME LEVAM AO ÊXTASE!

Durante os dias úteis da semana, eu espero por um homem bastante específico. Eventualmente, o alcanço, o abraço, lambo as suas costas, coço a sua cabeça até que ele adormece... Aos finais de semana, ele “varia o cardápio”: uma rapariga interiorana, simpática e apaixonada, deita-se em sua cama, com seu corpo enfiado em suas pernas, alisando-o gloriosamente diante de todos. Resta-me invejá-la e, no mesmo instante, irritar-me por tão parco sentimento. Ela tem direito. Eu tenho os meus momentos. Porém, movido por sabe-se lá que tipo patológico de desejo, não conseguia me esquivar do desejo de encontrar o preservativo utilizado pelos dois ao longo desta madrugada de sexo. Não encontrei. Felizmente. Ou não...

Vim para casa e, na TV, assisti a um péssimo filme brasileiro: “Embarque Imediato” (2009, de Allan Fiterman). Seu diretor é especializado em telenovelas das 19h, aquelas mais ágeis, erotizadas, ruins... Na cena com que me deparei quando zapeava pelos canais, a personagem de Marília Pêra, ao lado de uma amiga, bisbilhotava um vestiário masculino, em que diversos jovens bonitos banhavam-se. Entre eles, Jonathan Haagensen. Meu pau subiu mentalmente (ou seja: tive uma ereção potencial), e resolvi acompanhar aquele filme até o final, mesmo sabendo que me decepcionaria. Dito e feito: o filme é muito ruim, simplista, norte-americanófilo, deslumbrado... As situações cômicas eram mal-orquestradas; as pretensamente românticas, pior ainda...

Meu muso negro aparece despido em mais de uma cena do filme. Vi a sua bunda, enquanto pensava em meu amante, que assistia a um péssimo programa televisivo ao lado da namorada. “Conselho ajuda, mas exemplo arrasta!”, disse o execrável apresentador Luciano Huck. Eu buscava o que ler, antes de encontrar o que assistir. Tentando não me irritar com pequenezas. A vida é tão bonita, estar ao lado de outrem faz-nos tanto bem... Jonathan Haagensen sabe seduzir!


Wesley PC> 

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

DILEMAS ABSTRATOS DE UM PADRASTO PATERNALISTA:

Por mais que eu tenha tentado resgatar em minha crítica o máximo de frases de efeito compostas pelo genial escritor Cormac McCarthy (já devidamente elogiado aqui) para o estranhamente rejeitado filme "O Conselheiro do Crime" (2013, de Ridley Scott) - em minha opinião, um dos melhores lançados em 2013 - esqueci de destacar o momento insigne em que um homem apaixonado diz à sua amada: "vida é quando estou contigo. O resto é espera!". Exultei neste momento. Se meu telefone celular estivesse ligado durante a sessão, com certeza enviaria esta mensagem a algumas pessoas queridas. Acabo de redigir a segunda metade da sentença numa dedicatória de texto, onde anexo uma promessa abstrata: "cuidarei de ti. Analisarei com cuidado e (não) distanciamento as suas imersões pornográficas"... 

Tudo indica que, daqui para o final do ano, as minhas leituras dos escritos do pesquisador Nuno César Abreu tornem-se mais intensificadas. Estou envolvido nalguns projetos em que o seu nome é mais que relevante - e, dentre estes, a minha dissertação de mestrado é apenas um arremedo! Estou me sentindo ativo, apaixonado... Creio que, na segunda-feira, irei rever a maravilhosa obra recente scottiana: sou um homem melhor por causa dela? Sou um homem melhor por causa de outros homens? "O pesar é algo leve"? Tenho muito o que aprender ainda!

Wesley PC>

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

PIADA INTERNA/ FILME DA TARDE (OU DA NOITE)/ ENFRENTAMENTO DE INSÔNIA E DAS SUPERSTIÇÕES/DESEJO POR ESPERMA:

As distribuições estelares acima destacadas correspondem às apreciações críticas do filme "Spring Breakers: Garotas Perigosas" (2012, de Harmony Korine) pelas publicações especializadas em cinema da França. Apesar de gostar muito do diretor - mesmo admitindo a sua irregularidade produtiva e qualitativa - estou absurdamente escandalizado com o excesso de cotações máximas (cinco estrelas) para o referido filme, recentemente elogiado por ser "picante" por alguém cujo sêmen me é deveras aprazível. Conclusão: preciso assistir a este filme o quanto antes - hoje mesmo, se eu puder!

Wesley PC>

CRISE DO DIA:

Até a manhã de hoje, não lembro de ter tido vontade de folhear com interesse personalizado o jornal Valor Econômico, até que, através de uma mensagem de celular de um amigo melhor posicionado aquisitivamente que eu, soube que a diretora de telenovelas Aurora Mautner, filha do músico Jorge Mautner, concedeu uma entrevista ao veículo jornalístico, explicando porque desgosta do estilo actancial do Sean Penn. Quando adentro a aula de graduação em Jornalismo programada para a manhã de hoje, qual o jornal que o professor mais cita? Justamente o Valor Econômico, o que fez com que o amigo anteriormente mencionado me recomendasse o caderno cultural do jornal, que é vendido nas sextas-feiras, segundo ele, muito interessante. Quando eu passar por perto de uma banca de jornais, darei uma olhadela, conferirei!

O parágrafo anterior, na verdade, é uma pálida tentativa de confessar o quanto, às vezes, me sinto deslocado enquanto estudante de Jornalismo: o sinal da TV Globo não é transmitido pela distribuidora de TV fechada que assino (o que não me faz muita diferença efetiva - na verdade, esta ausência é até um brinde ideológico!) e minhas leituras jornalísticas - inclusive as cibernéticas - são intensamente centradas nos assuntos cinematográficos. Conclusão: não conhecia as particularidades técnicas (apesar de suspeitar dos vieses conteudísticos) de muito do que era citado na aula matinal! O debate foi intensificado num dado momento, quando foi mencionada a possibilidade de Reynaldo Gianecchini voltar para a Marília Gabriela possuir determinados valores-notícia, mas eu quedei calado, imersos em meus pensamentos profissionalmente inadequados. Acho que irei ao cinema hoje!

Wesley PC>

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

“AH, NÃO VAI ME DIZER QUE NO CEARÁ NÃO TEM DISSO!”

Não conseguindo dormir direito, por conta de uma luxação em meu ombro direito, levantei da cama às 4h45’. Liguei a TV e me deparei com uma chanchada do Watson Macedo: “É Fogo na Roupa” (1952). A minha afeição pelo diretor mais que justificava a minha atenção, mas este filme tinha um diferencial singular: havia um personagem homossexual, o cabeleireiro Quincas, interpretado por Antonio Spina.

 A trama do filme é centrada num Congresso de Mulheres Casadas, que querem impedir que seus maridos pratiquem atos adúlteros. A presidenta é uma paraibana invocada que recebe o nome de Madame Pau Pereira (interpretada pela divertidíssima Violeta Ferraz), que tem como proposta a imposição da pena de morte aos infiéis. Quincas é convencido por um de seus contratadores a penetrar da reunião e sabotá-la. Ele faz a representante do Piauí adormecer e, vestido convincentemente de mulher, defende aplicações menos violentas, como a greve de sexo, por exemplo. Ele é expulso da reunião. E eu ri vendo o filme. Muito bom, como tudo o que o diretor faz!

 Como toda chanchada, o forte são os números musicais: há um sobre o encontro entre Jezebel e Belzebu (de onde surge um Sururu); e outro em que Ankito, em seu primeiro longa-metragem, canta “um rapaz no automóvel/ com uma mão na direção/ há uma moça do seu lado/ ninguém vê a outra mão”. Muito engraçado! Adelaide Chiozzo também está imponente em suas aparições, bem como a intérprete da Condessa de Buganville (Heloísa Helena). Pena que a seriedade e má interpretação do pianista Bené Nunes comprometam as suas aparições. Mas que foi um excelente sucedâneo para a minha insônia este filme, ah, foi!

 Wesley PC>

terça-feira, 29 de outubro de 2013

TANTOS E TANTOS MINUTOS DE SILÊNCIO (APÓS TER FALADO TANTO E TANTO)...

Por causa deste olhar, que ostenta a imagem derradeira de "Mais um Ano" (2010, de Mike Leigh), fiquei paralisado após a sessão, calado, inane, silencioso... Não sabia o que fazer, o que dizer: até assustei a minha mãe com a tristeza súbita, num filme que parecia tão feliz, que iniciou tão gritante e sorridente. Antevi um futuro possível neste filme, mas, após uns quarenta e cinco minutos de reflexão, reiterei algumas de minhas posições pessoais acerca da (minha) própria tristeza. Dei nota para a minha felicidade atual, superior a 7.5, ao contrário do que acontece com a personagem de Imelda Staunton no início do filme, que, "numa escala de um a dez", dá nota 1.0 para a própria felicidade. "O que é preciso para que tu melhores?", pergunta uma psicóloga. Ela, seca e insone: "mudar de vida!". Tive insônia após ter visto o filme, sonhei que doava a minha medula óssea para um amante alcoólatra e, depois, fazia sexo oral numa repórter loira de TV. Acordei com dificuldade, sentindo dores e/ou tontura. Sou refém da atuação insigne de Lesley Manville neste belíssimo filme. Glupt!

Wesley PC>

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

“ASSIM É A AURORA” (1956, de Luis Buñuel).

O filme menos autoral do cineasta, dentre os que eu vi até agora. Mas há um adultério. Um amor sincero que emerge após um desmaio desencadeado pelo tédio burguês. Um médico preocupado com as causas sociais. Um velho que tenta estuprar uma criança e é preso. Gatos. Muitos gatos. Um viúvo jovem, bonito e desesperado. O sol que insiste em nascer, dia após dia. Um homem rico que explora seus empregados mas afaga carinhosamente a esposa e a filha pequena. Talvez ele tenha um caso com uma enfermeira. O que importa é que, mesmo sendo comunitariamente vilanaz, ele é assassinado diante de quem o ama...

Não consegui dormir. Estava tão ansioso quanto carente. Ontem, brinquei que defloraria meu ânus no meu vindouro aniversário de 33 anos. O sol nasceu cedo. Clareou. Eu despertei. Assisti a um programa televisivo sobre a ótima discografia de Marisa Monte. Barulhos no portão. Hora dos proletários irem para os seus respectivos empregos. Um menino bonito – e/ou que amo – sai de casa, em sua motocicleta. Camisa vermelha da farda, calça preta realçando as suas formas calipígias e genitais. Um homem tão sensual quanto imponente, em suma, mas que sequer dignou-se a olhar para mim, desejando-o através das grades. Eram 6h29’ da manhã. No fogão, um cuscuzeiro...


Wesley PC> 

domingo, 27 de outubro de 2013

SE JÁ ERA PRECIPITADO FALAR EM “PRAZER CULPADO” ANTES, AGORA ENTÃO...

Não obstante estar programado para ser lançado apenas no dia 1º de novembro, “Avril Lavigne” (2013), o quinto álbum da artista canadense homônima já está sendo bastante ouvido e discutido. Tive acesso ao mesmo anteontem e tentei ouvi-lo integralmente duas vezes, num volume baixo, pois eu mesmo estou envergonhado com a qualidade limitada do álbum: aos 29 anos de idade, a cantora insiste em compor como se fosse uma adolescente de 17 anos, não funciona mais!

 Conheci esta cantora graças a um arremedo de namorado que tive por três semanas. Ele era mais jovem que a cantora e, como tal, era devoto dela, se sentia representado pelos gritinhos com sotaque dela. Não vou mentir: ele conseguiu fazer que eu me interessasse pelo segundo álbum da artista, “Under My Skin” (2004), a ponto de eu ouvir faixas graciosas como “How Does It Feel” e “Nobody’s Home” em momentos langorosos. Mas nunca fui muito além disso. Os álbuns posteriores [“The Best Damn Thing” (2007) e “Goodbye Lullaby” (2011)] são irregulares e modorrentos, mas nada se compara à inferioridade quase anacrônica de “Avril Lavigne”.

 A primeira faixa do lançamento mais recente, “Rock N Roll”, é literalmente vergonhosa, o motivo principal para eu não me atrever a elevar o volume do rádio enquanto estou a ouvir o disco. A segunda faixa, “Here’s to Never Growing Up”, por outro lado, é fofíssima, e, além de tentar justificar muito bem a concepção do álbum, merece ser repetida e cantarolada mais de uma vez. Dessa eu gosto bastante. Mas, de “17” em diante... Aff!

 O disco possui treze faixas. Os meus amigos de internet empolgaram-se deveras com os miados e gritinhos em japonês da artista em “Hello Kitty” (faixa 08) eu particularmente apreciei as canções mais intencionalmente românticas como ‘Let Me Go” (faixa 05, parceria com Chad Kroeger, da banda também canadense Nickelback), “Give What You Like” (faixa 06) e “Hello Heartache” (faixa 11). “Falling Fast” (faixa 12) parecia ir muito bem, mas vai rápido demais em sua tentativa de nos conquistar pelo refrão e se estrepa (risos). Sem contar que eu ainda não entendi o que Marilyn Manson faz em “Bad Girl” (faixa 07). O que esta mocinha tardia quer provar, hein? Que é uma pervertidinha sacana e mais malvada que as suas rivais ‘pop’, como Miley Cirus, Nelly Furtado e Britney Spears, cada vez mais auto-vendidas como externamente depravadas? Avril Lavigne nunca precisou muito disso, o que explica o porquê de suas músicas serem apreciadas por garotinhas ditas revoltadas. Não só pelas garotinhas, aliás. Eu próprio gosto de várias de suas composições, mas, analisando o disco mais recente numa perspectiva geral, a inadequação à suposta maturação pessoal da artista (que continua sem aparentar a idade que tem) é frustrante. Mas que a capa do disco é linda, ah, isso é!

 Wesley PC>