Quando eu criei este ‘blog’, o interesse era coletivo: a
senha era compartilhava por diversos integrantes, freqüentadores da comunidade
real que dá nome ao grupo. Com o tempo, eles foram criando ‘blogs’ pessoais ou
simplesmente se desinteressando pelo projeto extensivo do que era levado a cabo
na casa em que sentíamo-nos livres (ou algo que parecia isso).
Em minhas publicações pessoais, o que eu mais prezava era
pela verdade (compreendida em seu sentido mais extremo): com o tempo – e algumas
decepções – passei a ser mais comedido acerca do que confessava aqui. E pensei
muito nisso na última terça-feira, quando, após um dia estafante de trabalho,
havia suado na cueca, o que fez com que as fronteiras de meu ânus ostentassem
dolorosas assaduras. As mucosas ardiam, mas eu não contei isso para ninguém!
Há pouco, estive com um homem que amo com as pernas
arreganhadas em volta de meu corpo. Como ele se embebedara ao longo de todo o dia – e ainda não havia se banhado – ele fedia: um odor de suor anal (justamente!) era exalado da região
em que eu pensava em abocanhar, tão logo os demais freqüentadores de sua sala nos
deixassem a sós. Mas ele adormeceu antes! E, por um triz, este seria mais um
fato inconfessável...
Tudo isso traz à tona a minha insatisfação tangencial em
relação ao filme “Philomena” (2013, de Stephen Frears): apesar de muito bem
dirigido, incomodei-me sobremaneira com o roteiro, no sentido de que não
consegui me emocionar com a trama da senhora irlandesa (maravilhosa
interpretada por Judi Dench, num papel diferente do habitual, mais terno, mais
sorridente, mais católico) que, após cinqüenta anos, resolve procurar o filho
que lhe fora arrancado por freiras excessivamente punitivas, que criam que
fazer sexo antes do casamento é um pecado irremediável.
Quase todos os meus amigos estão amando o filme, se
emocionado deveras – e eu admito que ele é deveras autoral – mas não funcionou
comigo. Vou entender isso como um problema pessoal, que merece ser confessado
daqui a alguns dias ou meses ou anos. Por ora, concentrar-me-ei numa frustração
involuntária, terapeuticamente convertida em masturbação pré-soporífera. Amanhã
é dia de trabalho, o dia quase inteiro. Mas o mundo é bom, não me cansarei de
repetir!
Wesley PC>
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