domingo, 23 de fevereiro de 2014

‘JET LAG’ [OU ALGO QUE SE PERDE(U) NO TRAJETO...]


Quando eu criei este ‘blog’, o interesse era coletivo: a senha era compartilhava por diversos integrantes, freqüentadores da comunidade real que dá nome ao grupo. Com o tempo, eles foram criando ‘blogs’ pessoais ou simplesmente se desinteressando pelo projeto extensivo do que era levado a cabo na casa em que sentíamo-nos livres (ou algo que parecia isso).

Em minhas publicações pessoais, o que eu mais prezava era pela verdade (compreendida em seu sentido mais extremo): com o tempo – e algumas decepções – passei a ser mais comedido acerca do que confessava aqui. E pensei muito nisso na última terça-feira, quando, após um dia estafante de trabalho, havia suado na cueca, o que fez com que as fronteiras de meu ânus ostentassem dolorosas assaduras. As mucosas ardiam, mas eu não contei isso para ninguém!

Há pouco, estive com um homem que amo com as pernas arreganhadas em volta de meu corpo. Como ele se embebedara ao longo de todo o dia – e ainda não havia se banhado – ele fedia: um odor de suor anal (justamente!) era exalado da região em que eu pensava em abocanhar, tão logo os demais freqüentadores de sua sala nos deixassem a sós. Mas ele adormeceu antes! E, por um triz, este seria mais um fato inconfessável...

Tudo isso traz à tona a minha insatisfação tangencial em relação ao filme “Philomena” (2013, de Stephen Frears): apesar de muito bem dirigido, incomodei-me sobremaneira com o roteiro, no sentido de que não consegui me emocionar com a trama da senhora irlandesa (maravilhosa interpretada por Judi Dench, num papel diferente do habitual, mais terno, mais sorridente, mais católico) que, após cinqüenta anos, resolve procurar o filho que lhe fora arrancado por freiras excessivamente punitivas, que criam que fazer sexo antes do casamento é um pecado irremediável.

Quase todos os meus amigos estão amando o filme, se emocionado deveras – e eu admito que ele é deveras autoral – mas não funcionou comigo. Vou entender isso como um problema pessoal, que merece ser confessado daqui a alguns dias ou meses ou anos. Por ora, concentrar-me-ei numa frustração involuntária, terapeuticamente convertida em masturbação pré-soporífera. Amanhã é dia de trabalho, o dia quase inteiro. Mas o mundo é bom, não me cansarei de repetir!

Wesley PC>

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